Estados Unidos cancelam isenções que permitiam atividades nucleares no Irã

A partir desta medida, os países que mantêm o acordo nuclear com a República Islâmica, se envolvidos nesses projetos, podem ser sancionados por Washington
AFP
Publicado em 28/05/2020 às 6:38
"Essas repetidas violações à soberania do Iraque por grupos opostos ao governo iraquiano devem cessar", falou Mike Pompeo, chefe da diplomocia dos EUA Foto: Foto: NICHOLAS KAMM / AFP


Os Estados Unidos cancelaram na última quarta-feira (27) isenções que permitiam projetos vinculados ao programa nuclear civil do Irã, apesar das sanções de Washington.

O país encerrou, assim, seu único compromisso com o acordo internacional de 2015, do qual se retirou em 2018.

"Hoje anunciamos o fim das isenções de sanções para todos os projetos nucleares do Irã", disse o secretário de Estado, Mike Pompeo, em um comunicado.

A partir desta medida, os países que mantêm o acordo nuclear com a República Islâmica - Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia - se envolvidos nesses projetos, podem ser sancionados por Washington.

Apesar de sua "campanha de pressão máxima" contra Teerã desde que deixou o pacto, o governo Donald Trump prolongou essas isenções de forma discreta.

Essas licenças diziam respeito, acima de tudo, ao reator de Teerã, destinado à pesquisa, e ao reator de água pesada de Arak, controlado pela comunidade internacional para impedir a produção de plutônio para uso militar.

Pompeo concedeu um prazo final de 60 dias para que "as empresas e entidades envolvidas nessas atividades encerrem suas operações".

O secretário de Estado renovou, porém, por 90 dias a isenção do programa internacional de apoio à central nuclear de Bushehr para "garantir a segurança das operações".

- Uma escalada "inaceitável" -

"Politicamente, essas isenções não eram consistentes com a estratégia de máxima pressão", disse Behnam Ben Taleblu, da Fundação para a Defesa das Democracias, que defende uma atitude de tolerância zero em relação a Teerã.

"As violações do Irã continuam a aumentar, com ou sem isenções", afirmou.

Essa questão gerou nos últimos meses um debate no governo dos EUA sobre a necessidade de sujeitar esses programas, como quase o resto da economia iraniana, a sanções de Washington, impedindo assim que as empresas russas, chinesas e europeias participem dessas atividades.

A postura mais rígida entrou em vigor depois que Teerã se distanciou gradualmente dos termos do pacto sobre seu programa nuclear.

 

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