Coronavírus e protestos mostram desigualdade racial endêmica nos EUA, diz ONU

Em referência ao Brasil, Bachelet disse que no Estado de São Paulo os negros têm probabilidade 62% maior de morrer de covid-19
Estadão Conteúdo
Publicado em 02/06/2020 às 17:18
Protestos contra o racismo nos Estados Unidos Foto: Drew Angerer / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP


A pandemia do novo coronavírus tem um "impacto devastador" nas populações de descendentes de africanos e minorias no Brasil, no Reino Unido, na França e nos Estados Unidos, afirmou a alta comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

Em comunicado publicado nesta terça, 2, a ex-presidente do Chile afirmou que os protestos desencadeados nos EUA pela morte de George Floyd são reflexo da violência policial contra pessoas negras e que os efeitos da pandemia realçam as desigualdades históricas no acesso à saúde, educação e emprego.

"Este vírus está expondo desigualdades endêmicas que há muito tempo são ignoradas. Nos Estados Unidos, os protestos desencadeados pelo assassinato de George Floyd estão destacando não apenas a violência policial contra pessoas de cor, mas também as desigualdades em saúde, educação, emprego e discriminação racial endêmica", disse Bachelet.

Em referência ao Brasil, Bachelet disse que no Estado de São Paulo os negros têm probabilidade 62% maior de morrer de covid-19 do que uma pessoa branca. "Se discute muito o impacto da covid-19 nas minorias raciais e étnicas, mas não está claro o que tem sido feito para resolver", criticou.

A alta comissária afirmou ainda que essas minorias estão em sua maior parte ocupando cargos de alto risco no período da pandemia, sendo obrigadas a usar o transporte público, trabalhar em hospitais e em atividades de limpeza.

(Com agências internacionais)

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