Um grupo de manifestantes tentou derrubar a estátua de um presidente dos Estados Unidos perto da Casa Branca na noite de segunda-feira (22), enquanto a polícia de Washington tentava dispersar o protesto com spray de pimenta.
Desde a morte de George Floyd, um afro-americano que foi sufocado por um policial branco em Minnesota em 25 de maio, uma onda de protestos antirracistas e contra a brutalidade policial se espalhou por todo país.
Na segunda-feira à noite, centenas de manifestantes foram dispersados por pelo menos 100 policiais depois de colocarem cordas em torno da estátua de Andrew Jackson, o sétimo presidente dos Estados Unidos. O monumento fica na Praça Lafayette, a poucos metros da Casa Branca.
A estátua não foi derrubada, mas a palavra "assassino" foi escrita no monumento.
Jackson (1829-1837) foi o proprietário de mais de 500 escravos durante sua vida e foi uma figura crucial na realocação forçada de quase 100.000 indígenas americanos.
"A polícia nos atacou. Eles tomaram a justiça em suas próprias mãos", disse à AFP Raymond Spaine, um afro-americano de 52 anos que limpou os olhos com uma solução de água e sal.
Na manhã desta terça-feira (23), o presidente Donald Trump informou no Twitter que ordenou às "autoridades federais a detenção das pessoas que vandalizaram e destruíram os monumentos, as estátuas, ou qualquer bem que pertença ao Estado americano", e recordou que as penas chegam a até dez anos de prisão.
As acusações podem ser retroativas por "destruição já provocada", e não haverá exceções, completou.
Trump já havia criticado os manifestantes no Twitter: "Várias pessoas detidas em DC pelo vergonhoso vandalismo na Praça Lafayette, da grandiosa estátua de Andrew Jackson, assim como do lado de fora da igreja St John's, do outro lado da rua".
De acordo com a imprensa local, várias pessoas foram detidas perto da Praça Lafayette quando a polícia desalojou um acampamento. Este incidente não teve relação com a tentativa de derrubar a estátua de Jackson.
Em 1º de junho, a polícia dispersou uma manifestação pacífica com bombas de gás lacrimogêneo naquela mesma praça, minutos antes de Trump atravessar a sede do governo para tirar uma foto de si mesmo em frente a uma igreja que havia sido incendiada na noite anterior.
Em resposta aos tumultos derivados dos protestos em algumas cidades, Trump ordenou que as autoridades "dominassem as ruas".
O presidente também ameaçou tirar proveito da Lei da Insurreição, que foi usada excepcionalmente e permite o destacamento das Forças Armadas nos Estados Unidos.