Como se a pandemia do coronavírus fosse pouco, o México foi atingido nesta terça-feira (23), por um terremoto de 7,5 de magnitude, que até o momento resultou em uma morte e outros danos menores, e provocou um alerta de tsunami para a América Central, Equador, Peru, e Havaí.
O presidente Andrés Manuel López Obrador descartou danos à infraestrutura de petróleo e energética do país. O epicentro do tremor foi na localidade de Crucecita, ao sul do estado de Oaxaca, segundo o Serviço Sismológico Nacional. O tremor foi sentido em várias partes da capital, Cidade do México, onde centenas de pessoas saíram para as ruas.
"Confirmado que foi 7,5 a magnitude. Felizmente não tivemos danos, de todas as maneiras vamos seguir pedindo que sejam tomadas medidas em relação a tremores secundários e que todos cuidemos de nós mesmos sem nos angustiarmos", disse o presidente, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Até agora foram contabilizados 147 tremores secundários, o mais forte de 4,6, segundo o Serviço Sismológico. O governador de Oaxaca, Alejandro Murat, apontou que no povoado onde o epicentro foi identificado "houve um pequeno desmoronamento, uma pessoa está ferida e outra perdeu sua vida".
O forte tremor foi sentido em várias partes da Cidade do México, onde vivem 8,8 milhões de pessoas, e que foi afetada em 2017 por um terremoto de 7,1 que deixou 360 mortos em todo o país.
A prefeita da capital, Claudia Sheinbaum, disse que ativou os protocolos de revisão e que até o momento foram reportados apenas danos menores. "Até o momento não foram reportados nenhum dano maior, apenas algumas quedas de cercas e fachadas", afirmou Sheinbaum no Twitter.
Após o terremoto, o governo norte-americano emitiu um alerta de tsunami para a costa do Pacífico mexicano, América Central, Equador, Peru e Havaí, advertindo para ondas de até três metros de altura e que podem ser sentidas a qualquer lugar a menos de 1.000 km do epicentro do terremoto.
Na capital, o alerta sísmico soou antes que o tremor fosse perceptível, fazendo com que várias pessoas saíssem de seus edifícios, muitas delas usando máscaras para se protegerem da pandemia do novo coronavírus.
"Quantos problemas com o vírus, e agora os tremores. Um filho acabou de morrer e outro está doente, estão imagine", disse aos prantos à AFP María Teresa Durán, de 80 anos, no bairro Del Valle, localizando no centro da cidade.
O fenômeno surpreendeu também vários moradores da capital que por conta da pandemia trabalham em casa. "Estávamos trabalhando de pijama, terminando o café da manhã e tivemos que sair assim", disse Sonia Flores Cano, de 29 anos.
Funcionários evacuaram os hospitais da capital junto com alguns pacientes, que até saíram com o soro em seus braços ou numa cadeira de rodas. Os pacientes com COVID-19 permaneceram isolados.
"O andar em que temos pacientes com a COVID não foram evacuados. Eles estão dentro, estão isolados, e é o procedimento que temos", afirmou Gustavo Hernández, diretor de operações de um hospital localizado no bairro Roma, centro da capital.
Jaime Gómez, enfermeiro de um hospital que lida com os casos de coronavírus, relatou que os pacientes com a doença permaneceram dentro das instalações junto com a equipe médica. "A doutora que ficou (na área da COVID) saiu normalmente depois. Os outros colegas estão bem. Todo mundo que estava na área com pacientes cobertos ficaram, só saíram os que não estavam ali no momento", disse.
Em abril, o governo mexicano instruiu para que em caso de terremotos a população se desloque para zonas de menor risco, mas mantendo "certa distância" para reduzir a probabilidade de contágios em plena pandemia, até o momento, no México, são 185.122 casos confirmados e 22.584 mortes para cerca de 127 milhões de habitantes.