Argentina e México produzirão vacina da AstraZeneca contra coronavírus para América Latina, exceto no Brasil

Os primeiros testes clínicos da vacina da AstraZeneca mostraram uma forte resposta imunológica e segurança para os pacientes
AFP
Publicado em 12/08/2020 às 22:08
Vacina para covid-19 Foto: AFP


O presidente argentino Alberto Fernández anunciou nesta quarta-feira (12) que seu país e o México ficarão encarregados da produção e distribuição na América Latina, exceto no Brasil, da futura vacina contra covid-19 desenvolvida pela aliança da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca.

>> Vacina desenvolvida por americanos apresenta resultados "robustos" em fases 1 e 2

>> Sputnik V: Profissionais de saúde e professores serão os primeiros grupos a receber vacina na Rússia

>> Governo federal precisa assumir as rédeas do planejamento de uma futura vacinação no Brasil

"O laboratório AstraZeneca fechou convênio com a Fundação Slim para produzir entre 150 e 250 milhões de vacinas destinadas a toda a América Latina com exceção do Brasil, que estarão disponíveis no primeiro semestre de 2021 e serão distribuídas de forma equitativa entre os países a pedido dos governos", declarou Fernández em entrevista coletiva.

"A produção latino-americana ficará a cargo da Argentina e do México e isso permitirá um acesso oportuno e eficiente para todos os países da região", acrescentou.

No Brasil, o Ministério da Saúde prevê um acordo com a AstraZeneca para a produção de 100 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) caso sua eficácia seja confirmada.

O anúncio de Fernández foi feito após encontro entre o presidente e representantes em Buenos Aires da AstraZeneca e da empresa de biotecnologia mAbxience.

"Na Argentina, a AstraZeneca escolheu o laboratório Masayans, que será o produtor do reagente da vacina. É um reconhecimento à qualidade dos laboratórios argentinos. O México ficará encarregado de embalar a vacina e concluir o processo de produção", disse o presidente.

A intenção é abastecer a Argentina e outros países da América Latina a partir do primeiro semestre de 2021, de acordo com os resultados dos estudos de fase 3 e aprovações regulatórias. A possibilidade de produzir milhões de doses adicionais está sendo avaliada.

Fernández explicou que o acordo do laboratório anglo-sueco com a Fundação Slim, que vai financiar a produção, "permite o acesso a preços mais razoáveis" e estimou que o custo de cada dose será de 3 a 4 dólares.

O presidente alertou que a produção da vacina "é um grande alívio para o futuro, não é uma solução para o presente". A Argentina registra 260.898 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, das quais 5.088 morreram e 187.283 se recuperaram, em 44 milhões de habitantes.

Os primeiros testes clínicos da vacina da AstraZeneca mostraram uma forte resposta imunológica e segurança para os pacientes. Sua eficácia deve ser estabelecida em um ensaio de fase 3, com um número muito maior de participantes, antes de se considerar sua comercialização em larga escala.

O ministro da Saúde argentino, Ginés González García, esclareceu que este acordo não é o único que a Argentina contempla: "Não é a única negociação nem a única alternativa. Nosso país está fazendo outra experiência clínica com outro fornecedor e estamos conversando com mais outros", afirmou.

De acordo com García, se a eficácia da vacina for comprovada, a Argentina começará imunizando a população de risco, incluindo idosos, profissionais de saúde e pessoas com doenças prévias.

 

TAGS
pandemia vírus epidemia saúde argentina brasil coronavírus covid-19
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory