Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (12) que está "pronto" para conversar, com mediação internacional, com o líder oposicionista Juan Guaidó, que propôs uma negociação para pedir eleições "livres" em troca da "suspensão progressiva" das sanções contra os país.
"Agora o Guaidó quer sentar comigo. O que acham? (...) Concordo, com a ajuda da União Europeia, do governo da Noruega, do Grupo de Contato, quando quiserem, onde quiserem e como quiserem, estou disposto a me reunir com toda a oposição para ver o que sai de lá, se sai algo de bom e eles abandonam o caminho da guerra, da invasão, dos ataques, do golpe, e vêm para o caminho eleitoral", declarou o mandatário venezuelano.
Guaidó, reconhecido em janeiro de 2019 como presidente interino da Venezuela pelos Estados Unidos e cinquenta países, mas sem ter conseguido tirar Maduro do poder, propôs na terça-feira a negociação após meses de recusa e o estabelecimento de um cronograma, que inclui eleições presidenciais, com possibilidade de revisão das sanções.
"Acabou, Guaidó, acabou sua Presidência. Você é uma piada de um líder da oposição, agora você tem que falar com Maduro", disse ironicamente o governante socialista em um ato transmitido pela televisão estatal.
A Noruega mediou negociações fracassadas entre os delegados de Maduro e Guaidó em 2019, congeladas quando os Estados Unidos intensificaram suas sanções financeiras contra a Venezuela.
Por sua vez, o Grupo Internacional de Contato, órgão criado para buscar alternativas à crise venezuelana e formado por vários países da América e da Europa, tem defendido sem sucesso novas abordagens.
Na terça-feira, após a proposta de Guaidó, Maduro reagiu convidando o opositor a participar dos diálogos iniciados com outros setores da oposição após o fracasso das negociações realizadas a pedido do governo norueguês.
"Que ele (Guaidó) seja incorporado aos diálogos que já existem, que ele não se ache o líder supremo de um país que não o reconhece", declarou Maduro.
A Venezuela marcou eleições para governadores e prefeitos para este ano, com data a ser definida, depois que Guaidó liderou um boicote aos principais partidos políticos da oposição contra as eleições presidenciais de 2018 e parlamentares de 2020, denunciando-as como fraudulentas.
Maduro descartou categoricamente, em várias ocasiões, a possibilidade de repetir as eleições presidenciais.