Religião

Do cólon à ciática: a saúde do papa Francisco em detalhe

Até agora, o papa apareceu debilitado, principalmente, por uma ciática crônica que causa dores nos quadris e que o forçou a desistir de participar de algumas cerimônias oficiais

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AFP

Publicado em 05/07/2021 às 21:50 | Atualizado em 05/07/2021 às 22:28
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O papa Francisco, que passou por uma cirurgia de cólon no domingo (4), é considerado relativamente saudável para um homem de 84 anos, apesar de ter sido submetido a uma remoção parcial do pulmão durante sua juventude.

Até agora, o papa apareceu debilitado, principalmente, por uma ciática crônica que causa dores nos quadris e que o forçou a desistir de participar de algumas cerimônias oficiais. Ele próprio, ironicamente, chamou sua ciática de "hóspede problemático".

Aos 21 anos, Francisco quase morreu de pleurisia, de acordo com seu biógrafo Austen Ivereigh, e parte de um de seus pulmões teve de ser removida em outubro de 1957.

Em um livro publicado recentemente, ele relembrou este episódio: "Eu entendo como as pessoas com coronavírus podem se sentir quando têm que lutar para respirar com respiradores".

Ele também se referiu a uma operação para remover cistos no pulmão direito em uma entrevista com o renomado jornalista e médico argentino Nelson Castro, destacando que está "totalmente recuperado" e "nunca se sentiu limitado desde então".

Em janeiro deste ano, Francisco foi vacinado contra a covid-19, ao mesmo tempo que seu antecessor Bento XVI.

Quando era arcebispo de Buenos Aires, era acompanhado por um acupunturista chinês por causa de suas dores nas costas, segundo revelou seu biógrafo em maio nas colunas do Tablet Catholic.

Ele também sofreu de "cálculos biliares" e teve um problema cardíaco "temporário" em 2004, devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria, de acordo com seu biógrafo.

Além disso, problemas no fígado foram resolvidos com uma mudança em sua dieta.

O papa manca, e isso se acentua quando está cansado, problema causado pelo pé chato, e não pela ciática, explicou Francisco a Nelson Castro para o livro "A saúde dos papas".

Francisco, que liderava os jesuítas durante a brutal ditadura argentina na década de 1970, também recorreu a um apoio psicológico com um "psicólogo formidável" uma vez por semana, durante seis meses, para enfrentar sua ansiedade.

Ele agora enfrenta isso ouvindo a música de Bach, ou tomando um gole de mate, a bebida nacional da Argentina.

O papa geralmente vai para a cama às 21h. Ele lê uma hora antes de dormir, durante cerca de seis horas. Acorda por volta das 4h. Ssempre tira uma soneca de 45 minutos depois do almoço.

A operação de domingo, sob anestesia geral, consistiu em uma "colectomia esquerda" (procedimento cirúrgico para remover uma parte do cólon), programada, segundo o Vaticano, para uma estenose diverticular sintomática do cólon.

O papa sofre de uma inflamação potencialmente dolorosa dos divertículos, hérnias, ou bolsas, que se formam nas paredes do sistema digestivo. Sua frequência aumenta com a idade.

Uma das possíveis complicações dessa condição é a estenose, que é um estreitamento do intestino.

Francisco foi submetido a uma hemicolectomia esquerda, uma remoção da parte inferior do cólon, a parte do intestino ligada ao reto.

Segundo seu biógrafo, o papa fala "com liberdade e transparência sobre seus problemas de saúde, tanto físicos quanto psicológicos. Você consegue imaginar outros chefes de Estado se revelando assim: Biden? A rainha?".

"Estamos longe do tempo em que o Vaticano se recusava a confirmar a doença de Parkinson que qualquer um podia ler no rosto de João Paulo II", escreveu ele no Tablet.

 


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