Três assassinatos de mulheres na Flórida, cometidos há cerca de 20 anos, foram de autoria de um 'serial killer' brasileiro que mais tarde morreu em um acidente de avião, informou a polícia americana nesta terça-feira (31).
Roberto Wagner Fernandes, que morou em Miami nos anos 1990 e no início dos anos 2000, pode ser responsável por outros assassinatos, revelou o Gabinete do Xerife do Condado de Broward, no sudeste da Flórida.
"Acredito que haja outros casos por aí e isso faz parte de nossa investigação em andamento", disse o detetive do condado de Broward, Zachary Scott.
A polícia afirmou que Fernandes foi acusado no Brasil pelo assassinato de sua esposa em 1996, mas foi absolvido e se mudou para Miami, onde trabalhou como comissário de bordo e motorista de ônibus de turismo. Ele é suspeito de assassinar três mulheres na Flórida que eram viciadas em drogas e se prostituíram.
A primeira vítima foi Kimberly Dietz-Livesey, cujo corpo foi encontrado dentro de uma mala em junho de 2000. Dois meses depois, o corpo de outra mulher, Sia Demas, foi encontrado dentro de uma mochila à beira de uma estrada. Uma terceira vítima, Jessica Good, foi esfaqueada até a morte. Seu corpo foi encontrado flutuando na Baía de Biscayne, em Miami, em agosto de 2001.
Depois de se tornar suspeito do assassinato de Good, Fernandes fugiu para o Brasil, que não tem tratado de extradição com os Estados Unidos.
Em 2011, os investigadores conseguiram comparar o DNA e as impressões digitais do assassinato de Good aos assassinatos de Dietz-Livesey e Demas no condado de Broward e a busca por Fernandes foi retomada.
Depois de saber que Fernandes, um piloto licenciado, teria morrido em um acidente de avião em 2005 enquanto voava do Brasil para o Paraguai, as autoridades foram procurar seu túmulo.
"Tivemos que confirmar se a morte era real ou não", explicou o sargento Nikoli Trifonov. "As pessoas podem fingir sua morte, especialmente depois de cometer um assassinato."
Os restos mortais de Fernandes foram exumados há vários meses e as autoridades americanas conseguiram vincular de forma conclusiva o seu DNA com os três assassinatos na Flórida.