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Atentado suicida deixa 41 mortos em mesquita xiita no Afeganistão

O ataque aconteceu uma semana depois de um atentado suicida contra fiéis na cidade de Kunduz, no nordeste do país, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI)

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AFP

Publicado em 15/10/2021 às 16:07
Desde agosto, quando o grupo extremista retomou o controle daquele País, autoridades se mobilizaram para auxiliar cerca de 270 magistradas que ainda residiam no território afegão - Javed TANVEER / AFP

Ao menos 41 pessoas morreram e cerca de 70 ficaram feridas nesta sexta-feira (15) em um atentado suicida em uma mesquita xiita na cidade de Kandahar, sul do Afeganistão. Segundo testemunhas, várias explosões abalaram a mesquita de Fatemieh, no centro de Kandahar, a segunda cidade do país, durante a oração do meio-dia desta sexta-feira, o dia de descanso da semana para os muçulmanos, no qual muitas pessoas se reúnem para rezar.

"Estávamos preparando a oração quando ouvimos tiros. Duas pessoas entraram na mesquita e atiraram nos guardas, que abriram fogo. Um deles se explodiu. Depois dele, outros dois se explodiram", disse à AFP Sayed Rohullah, um guarda de segurança da mesquita. O ataque aconteceu uma semana depois de um atentado suicida contra fiéis na cidade de Kunduz, no nordeste do país, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

No caso do atentado em Kandahar, reduto histórico dos talibãs, nenhum grupo reivindicou as explosões até o momento. Um responsável talibã local confirmou à AFP que foi um "atentado suicida". O chefe da polícia talibã em Kandahar, Maulvi Mehmood, condenou "energicamente" o atentado e afirmou que "todos os serviços de segurança estão trabalhando para encontrar os envolvidos e puni-los".

Segundo ele, a segurança da comunidade xiita estava até agora garantida pela própria comunidade. Mas "no futuro, temos a intenção de nos responsabilizarmos por todos esses locais de culto com a mobilização de guardas", disse. "De acordo com as informações de nossos hospitais, 41 pessoas morreram e cerca de 70 ficaram feridas", disse à AFP Hafiz Abdulhai Abbas, funcionário da Saúde em Kandahar.

"Estamos lotados. Há muitos corpos e muita gente ferida. Precisamos urgentemente de mais sangue", acrescentou. O interior, a entrada e o chão da mesquita estavam cobertos por escombros. Algumas paredes estavam perfuradas pelas explosões, observou um repórter da AFP. Imagens postadas nas redes sociais, cuja autenticidade não pôde ser verificada imediatamente, mostravam corpos caídos no chão.

Desde sua chegada ao poder em 15 de agosto, o Talibã enfrenta uma onda de atentados promovidos pelo Estado Islâmico (EI). Seu ramo local, o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), mirou nos talibãs e na minoria xiita afegã nas últimas semanas. O EI-K é um rival do movimento islâmico Talibã, embora ambos sejam sunitas. De acordo com a empresa de análise de conflitos ExTrac, com sede no Reino Unido, o ataque desta sexta-feira seria o primeiro atentado do EI-K em Kandahar.

O Talibã, que tem seu próprio histórico de perseguição aos xiitas, voltou ao poder no Afeganistão em 15 de agosto e, desde então, fez da segurança sua prioridade, após vinte anos de guerra. Os xiitas representam entre 10% e 20% da população afegã. Muitos deles são hazaras, etnia perseguida há décadas no país. O porta-voz do Ministério do Interior, Qari Sayed Khosti, tuitou: "Estamos tristes por sabermos da explosão em uma mesquita da irmandade xiita no primeiro distrito da cidade de Kandahar, na qual alguns de nossos compatriotas foram martirizados e feridos".

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