O dia 27 de outubro de 1947, há 74 anos, marcou de vez a história do povo paquistanês. Isso porque, nessa data, os territórios de Jammu e Caxemira foram ocupados pelas forças indianas, após a partição do Paquistão e Índia. Por isso, anualmente é celebrado o Dia Negro da Caxemira para relembrar o acontecimento e defender a paz e a liberdade no mundo.
Na época da partição, Jammu e Caxemira eram os maiores entre os mais de 500 estados principescos da Índia indivisa. Jammu e Caxemira tinham seu comércio histórico, religioso, demográfico e ligações rodoviárias com o Paquistão atual. Com uma população predominantemente muçulmana, era governado por um governante hindu.
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Resoluções da ONU
Desde lá, várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU foram aprovadas com a exigência de que o futuro dos territórios fosse decidido de acordo com a vontade de seus habitantes por meio de um plebiscito. No entanto, pouco foi feito após as resoluções serem aprovadas. Por isso, os caxemires têm exigido, e a Índia, negado, esse direito prometido [de autodeterminação] ao povo de Jammu e Caxemira.
Segundo autoridades paquistanesas, ao invés disso, a Índia tentou suprimir a Luta pela Liberdade da Caxemira com o uso de força excessiva, transformando este território ilegalmente ocupado no lugar mais densamente militarizado do mundo; com 900.000 oficiais de segurança uniformizados no solo.
Denúncias
Entre denúncias de assassinatos e perseguições promovidas pelo Estado — algo próximo ao ocorrido durante a ditadura militar brasileira — organismos internacionais têm apontado a existências de valas comuns e sem identificação para sepultamento de moradores da região contrários à administração indiana.
Para aumentar a repressão, armas de chumbo têm sido usadas pelas forças de segurança indianas há muitos anos. O que vem deixando centenas de jovens e crianças da Caxemira permanentemente cegos. A mais jovem vítima dessa medida foi uma criança de 18 meses, Hiba Nasir. Em 2016, o New York Times publicou um relatório, “Lesões nos olhos inundam hospitais da Caxemira após a polícia atirar balas contra manifestantes", à época, o periódico chamou o fato de “epidemia do olho morto”.