Os Estados Unidos colocaram em alerta cerca de 8.500 militares, que poderiam ser mobilizados como parte das tropas da Otan no contexto da crise na Ucrânia, anunciou nesta segunda-feira (24) o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
"O número de efetivos que o ministro (da Defesa) pôs em alerta elevado chega a 8.500 homens", declarou, destacando que "não foi tomada nenhuma decisão sobre um deslocamento de forças fora dos Estados Unidos no momento". Mas, "está muito claro" que os russos "não têm a intenção atualmente de reduzir a escalada", acrescentou.
O nível de alerta elevado ajuda a preparar as tropas a estarem prontas para partir em cinco dias ao invés de dez, explicou o porta-voz.
Estas tropas interviriam em apoio à força de reação rápida da Otan, que tem 40.000 militares.
Esta força de reação "não foi ativada, é a Otan que deve fazê-lo", destacou John Kirby.
"Não nos mobilizamos agora", repetiu, "não estamos dizendo que a diplomacia está morta", acrescentou, enquanto Rússia e Estados Unidos continuam negociando para tentar desarmar a crise.
Mas, "está muito claro" que os russos "não têm a intenção atualmente de reduzir a escalada", acrescentou.
Os Estados Unidos garantiram nesta segunda-feira (24) que não têm "nenhuma divergência" com os europeus sobre as sanções sem precedentes que seriam impostas à Rússia se esta invadisse a Ucrânia, nem sobre a gravidade da situação.
"Não há ambiguidade", "não há nenhuma divergência", disse à imprensa o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price. "Sabemos disso e, o que é mais importante, a Federação da Rússia sabe", insistiu.
EUA diz 'não ter divergências' com europeus sobre Ucrânia
O presidente Joe Biden também expressou nesta segunda na Casa Branca que há uma "unanimidade total com os líderes europeus" sobre a crise na Ucrânia.
Pouco após a videochamada de pouco menos de uma hora e meia com vários líderes de países e instituições europeus, Biden declarou que foi uma "reunião muito, muito boa".
Anteriormente, o alto representante da União Europeia para as Relações Exteriores, o espanhol Josep Borrell, havia pedido que fossem evitadas reações "alarmistas". Os europeus parecem irritados com um suposto alarmismo dos americanos, que dão a sensação de considerar uma ofensiva russa como algo iminente.
Ao ser perguntado sobre o tema, Price respondeu: "Não vemos as discrepâncias que você está dizendo". "A ameaça que vemos não só é clara para nós, mas para todos os observadores", acrescentou.
O porta-voz relatou que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, falou hoje pela manhã com os líderes europeus para finalizar os detalhes da "resposta escrita" às exigências de Moscou. À tarde, foi a vez do presidente Joe Biden fazer o mesmo.
"Se um único soldado russo cruzar a fronteira" ucraniana, "é uma nova invasão", advertiu o porta-voz. "Provocaria uma resposta rápida, severa e unida dos Estados Unidos e de nossos aliados", assinalou, apesar de algumas informações apontarem que não existe consenso dentro da Otan sobre o alcance da resposta, sobretudo por parte da Alemanha.