Hong Kong impôs, nesta terça-feira (8), suas medidas de distanciamento social mais rígidas até o momento, na tentativa de retornar a zero caso de covid-19 em meio a um pico acentuado ligado à variante ômicron, que fez com que os números diários de infecções batessem recordes.
Assim como a China continental, Hong Kong segue uma estratégia de "covid zero" que conteve a epidemia por meio de confinamentos localizados, restrições rígidas nas fronteiras e medidas prolongadas de distanciamento social.
Mas a propagação da variante ômicron neste território chinês está colocando em risco a estratégia e causando um rápido aumento de casos diários.
Nesta terça-feira, a chefe do poder Executivo local, Carrie Lam, anunciou que os encontros privados serão limitados a um máximo de duas famílias. Esta será a primeira vez que Hong Kong aplica medidas do tipo para as residências, embora não tenha especificado como garantirão o seu cumprimento.
E em público, as reuniões serão limitadas a no máximo duas pessoas, em vez de quatro atualmente.
"Estamos enfrentando a situação mais terrível", disse Lam. "Vemos um aumento no número de casos confirmados e alguns temem que o número real esteja acima dos milhares por dia", acrescentou.
A cidade registrou na quarta-feira passada um recorde de 625 novos casos diários.
A partir de quinta-feira, Hong Kong fechará salões de beleza e locais de culto e se prepara para adotar um certificado de vacinação a partir de 24 de fevereiro que será aplicado a shoppings, supermercados, feiras e lojas.
Desde o início do surto da variante ômicron no final de dezembro, a cidade ordenou o fechamento de academias e bares, e seus restaurantes não podem aceitar serviço de sala após as 18h.
Também reforçou suas restrições de viagem fechando suas fronteiras para chegadas de oito países e proibindo passageiros de 153 países de transitar por Hong Kong.
A quarentena obrigatória em hotéis para viajantes do exterior, uma das mais longas do mundo, foi reduzida, porém, de três para duas semanas.
Essas medidas buscam ganhar tempo para aumentar a vacinação entre a população, que mal chega a 50% entre os idosos, disse Lam.
Nesta terça-feira, longas filas se formaram nos centros de diagnóstico espalhados pela cidade.
"Está ficando preocupante", comentou Maggie Wu, uma advogada que esperou duas horas para fazer o teste no centro da cidade.
"Não acho que a economia permita um confinamento completo", acrescentou a mulher, que é a favor de Hong Kong "reconectar-se com o mundo" após quase dois anos de isolamento internacional em razão das medidas de fronteira.