Diante de uma possível invasão russa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta quinta-feira (10) que os cidadãos americanos deixem imediatamente a Ucrânia. Holanda, Japão e Coreia do Sul pedem o mesmo.
"Os cidadãos americanos devem sair agora", declarou Biden em entrevista à NBC News. "Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo", alertou o presidente.
Biden reiterou que, em hipótese alguma, enviaria tropas para a Ucrânia, mesmo para resgatar americanos em caso de invasão russa. "Isso é uma guerra mundial. Quando americanos e russos começam a atirar uns nos outros, estamos em um mundo muito diferente", disse.
As autoridades ucranianas minimizaram nesta sexta-feira (11) as declarações do presidente dos Estados Unidos.
"Não há nada de novo nesta declaração", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Dias atrás, o governo ucraniano já considerava exagerada a decisão de Washington de evacuar seu pessoal diplomático.
"Conhecemos a posição dos Estados Unidos, que já fez esse tipo de declaração antes", disse Kuleba a repórteres.
"Eles já começaram a evacuar parte de seus funcionários da embaixada e familiares. Esta declaração não mostra nenhuma mudança radical na situação", acrescentou.
A tensão entre Washington e Moscou está no nível mais alto desde a Guerra Fria. Líderes ocidentais recorreram à diplomacia para aliviar a situação, mas os comentários de Biden, assim como do Departamento de Estado, que também renovou sua advertência aos cidadãos americanos, podem elevar novamente a tensão.
"O que eu espero é que se (o presidente russo, Vladimir Putin) for insensato o suficiente para entrar, seja inteligente o suficiente para não fazer nada que possa afetar de forma negativa os cidadãos americanos." Biden assinalou que não precisaria comunicar isso a Putin: "Ele sabe."