O presidente russo, Vladimir Putin, considerou nesta terça-feira (22) que a "melhor solução" para acabar com a crise em torno da Ucrânia seria Kiev desistir de seu desejo de se juntar à Otan.
"A melhor solução para essa questão seria que as autoridades atualmente no poder em Kiev desistissem de ingressar na Otan por conta própria e se mantivessem na neutralidade", disse Putin.
A Rússia exige garantias dos países ocidentais de que a Aliança Atlântica não continuará se estendendo até suas fronteiras.
O presidente russo também defendeu a "desmilitarização" da Ucrânia, alegando que recebe armas de seus aliados ocidentais.
Se os países ocidentais "encherem as autoridades de Kiev com armas modernas (...), então o ponto mais importante é (...) a desmilitarização da Ucrânia de hoje", argumentou.
A Ucrânia pediu a seus aliados ocidentais que forneçam mais armas para lidar com a ameaça de uma invasão russa, segundo anunciou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, nesta terça-feira.
"Esta manhã enviei ao ministro das Relações Exteriores britânico uma carta pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia", disse Kuleba em entrevista coletiva na embaixada ucraniana em Washington, acrescentando que também pediria armas aos Estados Unidos.
A Rússia enviou cerca de 150.000 soldados para a fronteira ucraniana, o que levou as potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos a denunciar o planejamento de uma invasão iminente da ex-república soviética.
A crise se agravou na segunda-feira, quando Putin anunciou o reconhecimento da independência de dois enclaves separatistas pró-russos no leste da Ucrânia e disse que os militares russos seriam responsáveis pelo que chamou de "manutenção da paz".