Antes de conversas com seu homólogo americano, Antony Blinken, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse nesta quinta-feira (22) que os países ocidentais deveriam intensificar o envio de armas para seu país, para ajudá-lo a resistir contra a Rússia.
"Esta manhã, enviei uma carta ao secretário britânico das Relações Exteriores, pedindo armas defensivas adicionais para a Ucrânia", disse Kuleba em entrevista coletiva na embaixada ucraniana em Washington e acrescentou que também as pedirá aos Estados Unidos.
"Mobilizaremos o mundo inteiro para conseguir tudo o que precisamos para reforçar nossa capacidade defensiva", afirmou.
O presidente russo Vladimir Putin reconheceu na segunda-feira (22) como "repúblicas" as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, em um acordo que prevê também defender esses grupos da região ucraniana do Donbass.
O ministro ucraniano também informou que "fez um apelo à União Europeia para deixar de lado qualquer dúvida, relutância e todo o ceticismo existente nas capitais europeias e prometer à Ucrânia uma futura adesão".
Embora tenha aplaudido a "forte" decisão da Alemanha de suspender a autorização do gasoduto russo-alemão Nord Stream 2 depois que Moscou reconheceu como independentes os territórios separatistas na Ucrânia, Kuleba defendeu "mais sanções duras".
"O cálculo de Putin era que sua decisão não teria consequências. E na ausência de castigo, aumentam as ganas de agressão", disse.
Putin pediu nesta terça-feira à câmara alta do Parlamento que autorize o envio de tropas para o leste do território da Ucrânia.
Não foi revelado quando aconteceria essa mobilização militar russa, mas aumenta o temor de uma guerra de grande alcance, já que a Rússia possui dezenas de milhares de militares já presentes nas fronteiras da Ucrânia.