Mais de 2100 habitantes da cidade ucraniana atacada de Mariupol (sudeste) morreram desde o início da ofensiva russa, disse o prefeito da cidade neste domingo (13). "Os ocupantes atacam cinicamente e deliberadamente edifícios residenciais, áreas densamente povoadas, destroem hospitais infantis e infraestrutura urbana (...) Até o momento, 2.187 habitantes de Mariupol foram mortos em ataques russos", disse o prefeito da cidade no Telegram.
"Em 24 horas, vimos 22 bombardeios em uma cidade pacífica. Cerca de 100 bombas já foram lançadas em Mariupol", acrescentou. Mariupol, uma cidade portuária estratégica localizada entre a Crimeia e Donbas, está em uma situação "quase desesperadora", sem comida, água, gás, eletricidade e comunicações, segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF). Um relatório anterior na sexta-feira das autoridades locais colocou o número de mortos em 1.582.
A Rússia também bombardeou uma base militar no oeste da Ucrânia, perto da fronteira polonesa, neste domingo (13), matando 35 pessoas, enquanto o cerco das forças russas em torno de Kiev aperta. A base militar atacada está localizada em Yavoriv, a cerca de 40 quilômetros a noroeste de Lviv, destino de milhares de deslocados internos, e a cerca de 20 quilômetros da fronteira com a Polônia, país membro da Otan.
Nos últimos anos, essas instalações receberam exercícios de treinamento do exército ucraniano com instrutores estrangeiros, principalmente do Canadá e dos Estados Unidos. "A Rússia atacou o Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança. Instrutores estrangeiros trabalham lá", disse o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov.
Enquanto soldados russos e ucranianos se enfrentavam nos subúrbios de Kiev, os EUA desafiaram Moscou ao prometer, no último sábado (12) mais US$ 200 milhões em armas e equipamentos militares para a Ucrânia. O anúncio foi feito pouco depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçar atacar os comboios de ajuda do Ocidente, o que pode levar a guerra a um outro patamar.