EUA

Biden faz apelo emotivo contra armas de fogo nos Estados Unidos

O presidente Biden fez um discurso transmitido pela TV em que apareceu na frente de 56 velas acesas, que representavam os estados e territórios americanos que sofrem com a violência armada

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Amanda Azevedo

Publicado em 03/06/2022 às 1:27 | Atualizado em 03/06/2022 às 1:56
CRÍTICAS Presidente Joe Biden não gostou da decisão: "erro trágico" - KEVIN DIETSCH/AFP

Da AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta quinta-feira (2) aos congressistas ações contra a violência com armas de fogo que atinge o país, e pediu a proibição da venda de armas de assalto como as usadas nos massacres ocorridos nos estados do Texas e de Nova York.

Biden pronunciou na Casa Branca um discurso transmitido pela TV em que apareceu na frente de 56 velas acesas, que representavam os estados e territórios americanos que sofrem com a violência armada.

"Quantas matanças mais estamos dispostos a aceitar?", questionou Biden, com uma voz que denotava irritação e que, por vezes, tornava-se quase um sussurro.

Biden classificou como "inconcebível" a recusa da maioria dos senadores republicanos a votar normas mais rígidas sobre as armas de fogo. "É hora de o Senado fazer alguma coisa", advertiu o presidente democrata, ressaltando que os congressistas "não podem falhar novamente com o povo americano".

O presidente americano acrescentou que, caso a proibição não seja obtida, a idade para comprar essas armas deveria aumentar de 18 para 21 anos.

Biden também pediu um aumento do controle dos antecedentes de compradores de armas, a proibição da venda de carregadores de grande capacidade e a obrigação de armazenar armas com segurança, e sugeriu a responsabilização das fabricantes por crimes cometidos com seus produtos.

"Nas últimas duas décadas, mais crianças em idade escolar morreram por causa de armas de fogo do que policiais e militares na ativa juntos. Pensem nisso", pediu Biden.

Enquanto os republicanos se recusam a endurecer as leis sobre armas, um grupo bipartidário de senadores conversou nesta quinta-feira sobre um pacote de controle de armas. Eles se concentraram na segurança escolar, no reforço dos serviços de saúde mental e nos incentivos para que os estados concedam aos tribunais autoridade para confiscar temporariamente as armas de pessoas consideradas uma ameaça, uma medida que Biden também pediu em seu discurso.

A republicana moderada Susan Collins disse que o grupo estava fazendo "rápidos progressos", enquanto o senador democrata Chris Murphy declarou que "nunca havia visto tantos republicanos sentados na mesa e dispostos a dialogar". "Algo diferente está acontecendo agora mesmo e espero que isso resulte em uma lei no Senado", disse Murphy à emissora MSNBC na quarta-feira.

Os congressistas estão conscientes de que correm o risco de perder o impulso se a urgência de reformas desatada pelos massacres se dissipar, e outro grupo menor está realizando discussões paralelas sobre a ampliação da verificação de antecedentes de compradores de armas.

O desafio político de legislar em um Senado dividido em partes iguais (50-50), onde a maioria dos projetos de lei precisa de 60 votos para a aprovação, significa que reformas de maior alcance têm poucas chances de prosperar.

Mitch McConnell, líder dos senadores republicanos, afirmou aos jornalistas que os congressistas estão se concentrando na "saúde mental e na segurança nas escolas", e não nas armas.

Por outro lado, os democratas na Câmara dos Representantes estão dispostos a aprovar uma lei muito mais ampla, mas, em grande medida, simbólica, que incluiria subir de 18 para 21 anos a idade mínima para comprar fuzis semiautomáticos.

A proposta provavelmente será aprovada na Câmara na próxima semana, antes de ser enterrada pela oposição republicana no Senado.

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