Ucrânia recebe sistema antiaéreo após chuva de mísseis da Rússia

Após sofrer chuva de mísseis, foguetes e drones russos, governo ucraniano anuncia novas conquistas militares contra a Rússia
AFP
Publicado em 12/10/2022 às 23:05
Kiev, capital da Ucrânia, após ataques russos. Foto: Anatolii STEPANOV / AFP


A Ucrânia reivindicou, nesta quarta-feira (12), a conquista de várias cidades ocupadas pelos russos no sul do país e comemorou a chegada de um novo sistema de defesa antiaérea depois de sofrer dois dias de intensos bombardeios.

O país recebeu uma chuva de mísseis, foguetes e drones - apresentados pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma retaliação ao ataque com explosivos contra a ponte da Crimeia, que liga esta península anexada por Moscou em 2014 ao território russo.

O serviço de segurança russo (FSB) anunciou nesta quarta a prisão de oito pessoas suspeitas de participar da organização desse ataque, que, segundo ele, foi planejado pela inteligência ucraniana.

O FBS também alegou ter frustrado duas tentativas de ataques preparados por Kiev na região de Moscou e em Bryansk, perto da fronteira com a Ucrânia.

As autoridades ucranianas não confirmaram ou negaram estar envolvidas na explosão da ponte, mas nunca esconderam sua intenção de recuperar a Crimeia e o restante dos territórios ocupados pela Rússia desde o início da guerra em fevereiro.

De sua parte, Putin prometeu uma resposta "firme" a qualquer novo ataque ao território russo, que Moscou diz incluir a península da Crimeia e quatro outras regiões ucranianas anexadas em setembro.

No plano diplomático, antes do encontro entre o presidente Putin e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, na quinta-feira no Cazaquistão, o Kremlin disse nesta quarta que espera que Ancara apresente uma proposta de mediação "oficial".

"Os turcos propõem mediação. Em caso de negociações, provavelmente elas ocorrerão em seu território: em Istambul ou Ancara", disse o assessor de política externa, Yuri Ushakov.

E a União Europeia concordou em organizar uma ampla missão militar para treinar as forças ucranianas em vários Estados-membros do bloco. A medida pode afetar 15.000 soldados, segundo fontes diplomáticas.

Em uma dessas regiões, Kherson, a presidência ucraniana anunciou a recuperação de mais cinco cidades em sua contraofensiva lançada em setembro no sul e leste do país.

"As forças armadas ucranianas libertaram mais cinco cidades no distrito de Berislav da região de Kherson: Novovasylivka, Novogrygorivka, Nova Kamyanka, Tryfonivka, Chervone", anunciou a presidência, notando, porém, que a artilharia russa resiste.

Desde setembro, as forças ucranianas obtiveram ganhos significativos nas linhas de frente graças a uma contraofensiva que levou Putin a ordenar a mobilização de centenas de milhares de reservistas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou na terça-feira que seu colega russo "calculou mal" a capacidade de seu exército de conquistar a Ucrânia e a resistência que encontraria.

Os dois últimos dias de bombardeios russos, que deixaram ao menos 19 mortos, mais de 100 feridos e danos significativos em infraestruturas energéticas da Ucrânia, levaram os países ocidentais a acelerar o envio de sistemas de defesa antiaérea, há muito reivindicados por Kiev.

Na noite de terça-feira, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, anunciou o recebimento do primeiro sistema de defesa alemão Iris-T e a chegada em breve de sistemas americanos NASAMS.

 

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