Da AFP
A Coreia do Norte disparou, nesta terça-feira (14, noite de segunda em Brasília), um míssil balístico sobre o Mar do Japão, indicou o Estado-Maior Conjunto do Exército sul-coreano em um comunicado.
Trata-se do segundo lançamento de projéteis desde domingo por parte de Pyongyang e coincide com a mobilização para as maiores manobras militares conjuntas em cinco anos entre Coreia do Sul e Estados Unidos.
"A Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado para o Mar do Leste", o nome que os coreanos dão para o Mar do Japão, comunicou o Estado-Maior Conjunto de Seul.
No domingo de manhã, o hermético país comunista disparou dois "mísseis de cruzeiro estratégicos" de um submarino, horas antes do início dos ensaios militares de Seul e Washington.
Batizados como Escudo de Liberdade, os exercícios começaram nesta segunda e devem durar dez dias como parte da estratégia dos dois países aliados para confrontar a ameaça do Norte.
Em um gesto pouco habitual, o Exército da Coreia do Sul indicou, neste mês, que as forças de elite de ambos os países realizaram, anteriormente, simulações de ataques de precisão contra instalações-chave do Norte.
As manobras iniciadas esta semana se concentrarão no "ambiente de segurança volátil" vinculado à agressividade norte-coreana, disseram os aliados.
Esses exercícios "incluem procedimentos bélicos para repelir potenciais ataques norte-coreanos e para realizar uma campanha de estabilização no Norte", garantiu o Exército sul-coreano, que acrescentou que o exercício é "defensivo".
No entanto, a Coreia do Norte vê esse tipo de manobra como um ensaio para uma eventual invasão e advertiu repetidas vezes que responderá com ações "arrasadoras".
Preparar uma 'guerra real'
No ano passado, Pyongyang declarou que seu status de potência nuclear é "irreversível" e disparou um número recorde de mísseis.
Neste mês, o líder Kim Jong Un ordenou às forças armadas que intensificassem os exercícios como preparação para uma "guerra real".
A Coreia do Sul, por sua vez, reforçou as manobras conjuntas com os Estados Unidos na região, que, em algumas ocasiões, incluíram o envio de ativos militares estratégicos da potência norte-americana.
Os analistas esperavam que a Coreia do Norte fosse utilizar os exercícios de seus rivais esta semana para praticar mais disparos de mísseis e, inclusive, um teste nuclear.
"Devemos esperar mais lançamentos de mísseis com variações em estilo e alcance, e inclusive um teste nuclear", disse Chun In Bum, um general reformado do exército sul-coreano.
Também é uma oportunidade para Pyongyang demonstrar que sua "razão para desenvolver mísseis tem como objetivo sua autodefesa", indicou Go Myong Hyun, pesquisador do Instituto Asan de Estudos Políticos em Seul.