Um juiz rejeitou, nesta quarta-feira (28), a proposta do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de pagar uma fiança de US$ 100 milhões para cobrir parcialmente a multa de mais de US$ 355 milhões imposta a ele por fraude civil por um tribunal de Nova York.
Trump, que se destacou publicamente como empresário do setor imobiliário em Nova York antes de entrar na política, poderia ver-se obrigado a vender algumas de suas propriedades emblemáticas para cobrir a multa se sua apelação em curso falhar.
Foi solicitado a Trump que fixasse uma fiança para lidar com a sentença proferida em 16 de fevereiro, que indicou que ele manipulou o valor de suas propriedades para obter juros mais favoráveis em empréstimos e seguros.
A fiança é uma garantia de que ele pagará qualquer penalidade que lhe seja imposta caso sua apelação falhe, e normalmente seria subscrita por uma seguradora ou empresa de fianças especializada.
Trump, que provavelmente será o candidato presidencial republicano nas eleições de novembro, também foi proibido de dirigir negócios no estado de Nova York por três anos e de solicitar empréstimos a instituições sediadas lá.
Em vez de apresentar uma garantia pelo total de US$ 355 milhões (R$ 1,76 bilhão, na cotação atual), mais juros consideráveis, os advogados de Trump pediram à Divisão de Apelações da Suprema Corte de Nova York "uma fiança no valor de 100 milhões de dólares [R$ 495,5 milhões]".
O documento afirma que as "vastas" propriedades imobiliárias de Trump "seriam suficientes por si só para garantir adequadamente qualquer sentença confirmada".
"A fiança simplesmente serviria como garantia adicional", segundo a defesa do ex-presidente.
Os advogados de Trump passaram a descrever a decisão original do juiz Arthur Engoron como "exorbitante e punitiva".
"A proibição total e ilegal de Engoron sobre transações de empréstimos tornaria impossível assegurar e pagar uma fiança completa", disseram.
Trump, que enfrenta 91 acusações criminais em outros casos, tem usado seus problemas legais para animar seus apoiadores e denunciar seu provável rival, o presidente Joe Biden, afirmando que os processos são "apenas uma forma" de prejudicá-lo nas eleições.
Trump atacou repetidamente o juiz Engoron durante o desenvolvimento deste processo, acusando-o de estar "fora de controle".