O governo argentino suspendeu, por uma semana, a agência estatal de notícias Télam e cercou dois de seus edifícios em Buenos Aires, depois do anúncio do presidente Javier Milei, na sexta-feira, dia 1º, de que fecharia a empresa de 78 anos por ser supostamente um instrumento de propaganda.
Com mais de 700 funcionários, entre administrativos, jornalistas e fotógrafos, o serviço de notícias da Télam emite mais de 500 notas por dia com informação nacional, cerca de 200 fotografias e conteúdo de vídeo, rádio e redes sociais.
"Ontem (domingo, 3) à noite nos deparamos com essa decisão brutal do governo de encher de policiais e grades as duas sedes da Télam", disse Tomás Eliaschev, jornalista e representante sindical da agência.
O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, negou que o fechamento da agência seja "parte de uma ditadura" e explicou que a decisão foi tomada em resposta a uma promessa de Milei, durante sua campanha eleitoral, ao anunciar um plano futuro para a empresa. Segundo ele, a presença dos policiais no local era para "evitar qualquer confusão, manter a segurança e garantir que não haveria ninguém que não precisasse estar lá".
Segundo ele, os funcionários receberam uma notificação de madrugada informando que seriam dispensados do trabalho por sete dias, mas que receberiam os salários por aquela semana. O site da agência estava fora de serviço ontem.
Ao redor da sede da agência, no centro de Buenos Aires, centenas de pessoas fizeram protestos para repudiar a medida. (Com agências internacionais).