Em um pronunciamento feito na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden declarou nesta quarta-feira (24) que desistiu de concorrer nas eleições americanas para "proteger a democracia" e reforçou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris na corrida eleitoral. Essa foi a primeira aparição pública do democrata após abrir mão de sua candidatura no último domingo, 21, e ter sido diagnosticado com covid-19 na última semana.
"Acredito que meu histórico como presidente, minha liderança no mundo, minha visão para o futuro da América, tudo isso merece um segundo mandato, mas nada, absolutamente nada, pode atrapalhar a salvação da nossa democracia, incluindo a ambição pessoal", declarou Biden, em uma manifestação feita no Salão Oval.
O presidente americano argumentou que "o melhor caminho a seguir" é "passar a tocha para uma nova geração". "Há um tempo e um lugar para longos anos de experiência na vida pública, há também um tempo e um lugar para novas vozes, vozes frescas, sim, vozes mais jovens, e esse tempo e lugar é agora", afirmou.
Biden cedeu à pressão, alimentada especialmente pelo seu próprio partido, para que desistisse das eleições presidenciais após um desempenho desastroso no primeiro debate contra Donald Trump em 27 de junho. Ele publicou uma carta nas redes sociais anunciando sua decisão e disse que iria se dirigir à nação mais tarde, enquanto estava confinado para tratar a covid-19.
O apoio à sua vice-presidente Kamala Harris, que ele endossou desde o anúncio de domingo, 21, foi novamente defendido em seu pronunciamento.
"Gostaria de agradecer à nossa grande vice-presidente, Kamala Harris", diz Biden. "Ela é experiente. Ela é forte. Ela é capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder para o nosso país."
Defesa de legado
Desde que anunciou que estava deixando a corrida eleitoral, Biden ainda tem enfrentado pedidos de republicanos para que renuncie também da presidência dos Estados Unidos. Em seu discurso, ele enfatizou que seguirá trabalhando até o fim de seu mandato.
"Nos próximos seis meses, continuarei reduzindo custos para as famílias trabalhadoras e fazendo crescer a nossa economia. Continuarei defendendo as nossas liberdades individuais e os direitos civis, nosso direito de votar e direito de escolher", disse.
Ele também afirmou que irá trabalhar para acabar com a guerra em Gaza, continuará reunindo uma coalizão para impedir "que Putin continue prejudicando a Ucrânia" e manterá a Otan "mais forte, poderosa e mais unida do que em qualquer outro momento da história".
O presidente defendeu suas conquistas durante seu mandato, citando a criação de quase 16 milhões de novos empregos e a reconstrução da infraestrutura do país. "Estamos literalmente reconstruindo toda a nossa nação, comunidades urbanas, suburbanas, rurais, tribais. A manufatura voltou para a América", destacou.
"A grande coisa sobre a América é que aqui reis e ditadores não governam, o povo governa. A história está em suas mãos, o poder está em suas mãos, a ideia da América está em suas mãos", finalizou.