Exército libanês acusa Israel de 'atrasar' sua retirada após cessar-fogo
Exército libanês deve posicionar suas tropas no sul do país junto às forças de paz da ONU, à medida que militares israelenses se retiram em 60 dias

O Exército libanês declarou, neste sábado (25), que está pronto para posicionar suas tropas no sul do país e acusou Israel de "atrasar" sua retirada no âmbito de um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 27 de novembro.
O exército está "pronto para continuar seu destacamento assim que o inimigo israelense se retire", declarou em um comunicado.
Também apelou à população para "ter cautela ao retornar às áreas da fronteira sul, devido à presença de minas e objetos suspeitos deixados pelo inimigo israelense".
De acordo com os termos do acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o movimento islamistas Hezbollah, o exército libanês deve posicionar suas tropas no sul do país junto às forças de paz da ONU, à medida que os militares israelenses se retiram em um período de 60 dias.
O Hezbollah deve retirar suas forças ao norte do rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira libanesa-israelense, e desmantelar qualquer infraestrutura militar remanescente no sul.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou na sexta-feira, contudo, que a retirada de suas tropas continuará além do prazo de 26 de janeiro estabelecido no acordo.
"O processo de retirada está condicionado ao destacamento do Exército libanês no sul do Líbano e à implementação completa e eficaz do acordo, com o Hezbollah se retirando além do rio Litani", declarou o gabinete de Netanyahu.
"Como o acordo de cessar-fogo ainda não foi plenamente implementado pelo Líbano, o processo de retirada progressiva continuará em total coordenação com os Estados Unidos", acrescentou.
A agência nacional de informações libanesa (NNA) informou neste sábado que algumas pessoas deslocadas das zonas de fronteira haviam recebido chamadas internacionais, supostamente feitas por um porta-voz militar israelense, advertindo para que não retornassem para suas casas.
A NNA também informou sobre "operações de destruição" de infraestruturas em alguns vilarejos fronteiriços, acrescentando que algumas entradas foram bloqueadas pelo Exército israelense para "impedir" o retorno dos moradores.
Segundo a mesma fonte, um morador ficou ferido por um disparo israelense no sul.