O prefixo e o sufixo são morfemas da língua portuguesa que são usados com radicais de palavras para formar uma nova que passa a ter um novo significado, neste caso, o significado de uma era. Um momento em que uma ferramenta se transforma num dos principais mecanismos de informação. Uma pesquisa realizada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado mostrou que 79% das pessoas utilizam o WhatsApp como principal fonte de informação.
Na época de covid-19 ele se transformou em um antro de informações falsas ou duvidosas sobre o novo coronavírus. Um levantamento conduzido pelo Datafolha mostra, no entanto, que apenas 12% das pessoas confiam nas informações compartilhadas a partir do serviço de mensagens. Muita gente compartilha movida pela sensação de alarme ou pelo prazer que aquele conteúdo causa. Nessas circunstâncias, a preocupação com a checagem da informação é secundária ou até mesmo inexistente.
A facilidade do acesso à informação também pode nos fazer baixar a guarda para os filtros. Esta ferramenta se popularizou especialmente pelo baixo custo. Substitui o SMS e as operadoras de celular nem cobram mais pelo acesso. Não é preciso mais ter saldo, nem pacote de dados para acessar. Para sair do app e checar a informação, aí, sim, você pode ser cobrado por isso ou apenas fazer quando se tem wifi. A concorrência se torna desleal.
Algumas redes sociais implantaram sistema de checagem, de anúncio de conteúdo inverídico e até banimento de usuários. O que no WhatsApp serve como benefício, a criptografia de ponta a ponta que protege as informações dos usuários, também pode ser vilão, já que torna muito difícil saber a origem de uma informação falsa. Tanto ela quanto uma notícia checada chegam no mesmo formato de mensagem, com a mesma fonte, o mesmo tamanho.
A velocidade em que uma informação é checada jamais será a mesma da criação sem compromisso. Este é um problema social macro, independente de classe social e de escolaridade. Todos estão susceptíveis a este problema. Todos estão na era do WhatsApp e precisam ficar em alerta.
Hélio Júnior, mestre em comunicação
*Os artigos são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do JC