Há menos de 15 dias para a festa da democracia, que são a eleições para a escolha dos nossos representantes, nos deparamos com um clima belicoso que não contribui para qualquer dos candidatos e, muito menos, para o eleitorado e o futuro do nosso país, que é uma das maiores democracias do planeta.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, no dia 2 de outubro, data do primeiro turno das eleições, estarão aptos a votar pouco mais de 156 milhões de eleitoras e eleitoras, distribuídos em cinco regiões do país. Os números, portanto, são impressionantes.
No universo dos jovens eleitores, que congrega a faixa etária de 16 a 17 anos e o voto é facultativo, este ano estarão aptos a votar 2,1 milhões de jovens. Importando em um crescimentos de mais de 50% em relação a eleição de 2018. O que demonstra o interesse dos jovens na participação da vida política do país.
Também chama atenção o número de eleitoras e eleitores que declararam ter algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida; serão 1,2 milhão, um aumento de 35,27%, se comparado com 2018. Ou seja, um eleitorado que demanda a cada pleito um maior número de políticas focadas as suas necessidades.
Não à toa, a estrutura montada pelo TSE, com uma forte participação da sociedade, é igualmente impressionante por seu volume. Serão 577 mil urnas eletrônicas, auditáveis e sem acesso à internet, o que torna o processo ainda mais confiável. Tudo isso amparado pela presença de cerca de 830 mil mesários, brasileiras e brasileiros que, de forma voluntária, dão a sua colaboração para que as eleições transcorram da forma mais democrática possível.
Também chama atenção o número de cidadãos e cidadãs que participarão das eleições “do outro lado”, ou seja, em vez de apenas como eleitores, também como aqueles que serão escolhidos – ou não – os novos representantes dos poderes executivos federal e estaduais e dos parlamentos federais e estaduais: nada menos que 28.371 candidaturas registradas no TSE.
É importante lembrar que, independentemente das convicções ideológicas e das escolhas partidárias que todo e qualquer brasileiro ou brasileira tem o direito de fazer, o que registramos nas últimas eleições, principalmente desde a adoção das urnas eletrônicas, são pleitos seguros, com episódios esporádicos.
O que se comprova pelos resultados verificados nas disputas municipais, estaduais e federais que elegeram candidatos dos mais variados espectros políticos. Dos mais conservadores aos mais progressistas. Da extrema direita à extrema esquerda.
Não podemos dar um passo atrás em algo que a sociedade brasileira lutou durante décadas e que, ainda que seja considerada jovem se comparada a outras nações, já é extremamente significativa: a consolidação do regime democrático como um direito que iguala a todos os brasileiros, que encurta as distancias de um país que ainda sofre com a desigualdade social de todos os dias. Lutar pela democracia é dever de todos, qualquer que seja a ideologia, e precisa ser encarada como uma atitude fundamental e básica de todos.
FERNANDO J. RIBEIRO LINS, Advogado e Presidente da OAB Pernambuco