No cenário macroeconômico do Brasil, notícias trágicas são divulgadas diariamente pelas mídias. Alguns exemplos nos últimos 3 meses: "Continuamos na rabeira da educação", "Para VISA, o Brasil tem o 2º maior índice de fraudes do mundo", "Brasil soma cerca de 17 mil mortes em presídios nos últimos 10 anos", "Só 1 em cada 3 homicídios foi esclarecido no Brasil, aponta estudo", "Teatro da UFPE completa 10 anos fechado", "Pobreza cai no país, mas ainda atinge 67,8 milhões", "De 52 políticos investigados por rachadinha nos últimos 5 anos, só 2 foram condenados", "O prejuízo poético das estatais e o populismo que atrasa o Brasil", "73% dos alunos não sabem o básico de matemática", "Crime ao redor: Mais da metade dos brasileiros já foi assaltada", "Supremo virou uma entidade política", "Só 0,2% de alunos do País acerta as questões do nível 6 do PISA", "População de rua no Brasil aumenta 10 vezes desde 2013", " A indústria cada vez mais fraca", "Viagens de deputados crescem quase quatro vezes", "Brasil mata mais de 33 mil pessoas por ano no trânsito. Onze morrem por dias nas rodovias federais", "Incêndios 'fora do controle colocam fauna do Pantanal em risco", "Brasil teve 1.161 desastres naturais em 2023", "Falta de remédios e insumos, hospital sofre interdição", "Furtos, tentativa de fraudes assustam o varejo", "Golpes online assombram brasileiros", "Impostômetro alcançará marco inédito de R$3 trilhões", "Ministro do STF ignora corrupção, anula provas contra empresa JBS ", "STF anula condenação da Lava-Jato contra ex-deputado", "Custo Brasil rebaixa competitividade e afasta investimentos", "Brasil, sem perspectivas de crescer", "A grande fonte de desigualdade no Brasil é o Estado", "Brasil regride e fica no 96º lugar em ranking global de corrupção", "12 milhões de jovens no Brasil não estudam nem trabalham".
Os indicadores sociais, econômicos e de competitividade são ruins, ano após ano: IDH-Indicador de Desenvolvimento Humano, Indicador Global de Paz, homicídios e outros crimes, educação básica e superior, corrupção, competitividade global, inovação, desigualdade de renda e outras, pobreza multidimensional, saneamento, infraestrutura, burocracia, fome, fazer negócios no país, poluição dos rios e canais, etc. Lamentável, não existe plano coerente e com metas de curto, médio e longo prazo para melhorar esse cenário. Para agravar a impunidade não é combatida nem punida, sendo em algumas situações até estimulada.
Golpes em empresas e no cotidiano nos cidadãos de bem se multiplicam. Recebemos mensagens de alerta para não ser roubado ao usar cartão de crédito, caixa eletrônico, e redobrar cuidados ao atender telefone, acessar email e redes sociais. O cidadão pode ser assaltado caminhando, em transporte público ou no seu veículo. Nas empresas, conluios são formados para roubar acionistas, funcionários, fornecedores. Crimes similares são praticados por grandes grupos empresariais com seus proprietários se cercando de advogados renomados, a quem pagam fortunas, para se manterem impunes. Usam também poder coercitivo para tomar decisões que atendam seus interesses pessoais. Esses casos acontecem em empresas de todos os portes e natureza jurídica-privadas com fins ou sem fins de lucro, e nas públicas.
No sistema político, o "toma-lá-dá-cá" é uma prática comum. Cargos são negociados em troca de favores diversos, não sendo avaliada a competência do indivíduo para exercer a função dignamente.
Motivado por esse cenário, Francisco Gomes de Matos-Professor Emérito da UFPE e co-fundador da World Dignity University (Universidade Mundial de Dignidade), propôs um desafio a jovens do ensino médio de refletir e escrever sobre "O que falta ao Brasil?". Na visão dele, os textos resultantes poderiam constituir uma gigantesca coleção de casos vergonhosos que acontecem no Brasil. Poderiam ser classificados em categorias: o que falta na educação, saúde pública, segurança, economia, política, judiciário, infraestrutura, governança pública, agricultura, indústria, relações internacionais.
Essa lista poderia gerar uma outra sobre: O que falta para a superação da fome, da pobreza, da miséria, da habitação decente. Considerando a formação pessoal e profissional, uma lista de valores que poderiam ser praticados: Respeito, honestidade, responsabilidade. Certamente uma análise dos textos produzidos traria à tona bons exemplos de cidadania responsável para o bem-comum.
O oceano de ideias elaboradas contribuiria muito para formular soluções que transformariam o Brasil num país de PLURIDIGNIDADE. DIGNIsaúde, DIGNIpolítica, DIGNIeducação, DIGNIvida comunitária, entre outras.
Para implementar esse conjunto de propostas, o país precisa ter líderes dignos. A formação de um líder digno deve ser iniciada na infância, nos ambientes familiar, escolar e comunitário. Essa é a educação que precisa ser a prioridade do Brasil.
Eduardo Carvalho, autor do livro, Por um Brasil Digno