Roberto Pereira: "Natal e ano novo, pensar, livre pensar…"
Não devemos deixar apagar em nós a chama da esperança, da fé e da crença. Da certeza de que Deus existe e sempre poderá nos salvar
Neste dezembro nosso de cada ano, mês afobado pelo burburinho das pessoas que saem às ruas, às vezes a esmo, às vezes para as compras que o período enseja, levando-nos à parte profana e ao esquecimento do “Menino Deus / que de longe vem.
Aqui, o meu livre pensar:
– A cada ano, o Cristo cada vez mais presente em homens quase todos ausentes.
– A soma das horas é a subtração dos dias. (É preciso pensar nesta aritmética da vida).
– Os avanços científicos e tecnológicos afastando o homem da fé e do humano, este o contraste dos dias atuais.
– A televisão cumpre a sua rotina, colocando o mundo nas pessoas, mas não tem ligado as pessoas ao mundo.
– O século passado foi considerado o século das comunicações, mas, paradoxalmente, vive-se, desde então, o isolamento das multidões.
- O homem teve a técnica para construir a bomba atômica. Falta-lhe, todavia, o humanismo de somente usá-la para o bem, fazendo-o, por vezes, perder a dimensão do humano.
– Tecnologia e humanismo, eis o drama do homem no palco da vida.
– A inteligência artificial parece ser, neste século, o desafio da humana vida.
– Guerras, fome, drogas, assaltos e violência são males que cada vez mais se repetem, fazendo os seus protagonistas perderem a racionalidade.
- Esquecem muitos que na vida tudo é efêmero. Nada vale nada nesta vida enquanto vida terrena.
– Não se é pessoa, mas se está pessoa. Somos apenas enquanto estamos e estamos para um dia sermos.
– O Cristo deixou a lição da vida eterna como a verdadeira vida.
– Não valem o ódio e o orgulho, a soberba e a inveja, a intriga e a ambição, o egoísmo e a ganância, males que fazem girar a ciranda do homem contra o homem.
– O Deus Menino fez-se homem para nos salvar, eis o sentido do Natal.
– Não devemos deixar apagar em nós a chama da esperança, da fé e da crença. Da certeza de que Deus existe e sempre poderá nos salvar.
– Chamo Pascal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece.”
Entre o coração e a razão haverá sempre um espaço para a humana ansiedade.
No verso de Fernando Pessoa está esse espaço:
“E assim nas calhas de roda / Gira a entreter a razão. / Esse comboio de corda / Que se chama o coração.”
Aos brasileiros, o condão da paz, neste Natal e no ano de 2025.
Deus seja louvado, amém!
Roberto Pereira foi secretário de Educação e Cultura do Estado de Pernambuco e é membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo.