Conciliação das Forças Armadas com sua missão institucional: servir à democracia e ao povo brasileiro

JC
Publicado em 03/01/2023 às 22:22


A reafirmação do papel constitucional das Forças Armadas brasileiras foi a principal mensagem do discurso de posse do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Um papel definido pela proteção da democracia e das instituições democráticas, como elementos essenciais da República na qual governos, representações parlamentares e a função judicial são exercidos. E da soberania nacional perante eventuais agressões estrangeiras, ressaltando a integridade do território em que se dispõe a população em sua diversidade
de origem, cultura e ambiente natural. O Brasil precisa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em atuação coordenada e presente em todas as regiões, de acordo com os preceitos da Constituição.

O novo ministro da Defesa fez uso de palavras com significados que se complementam: o trabalho pela paz, o respeito pela democracia e a cooperação com os vizinhos devem ser marcas vistas na tradição das Forças Armadas, enquanto desígnios de uma instituição do Estado – portanto, sem conotação política vinculada a interesses menores, apartados do interesse coletivo. A valorização do cumprimento institucional está atrelada à compreensão de integração com a sociedade: “Procurarei incrementar o
intercâmbio das estruturas militares com a base industrial da defesa brasileira e com meio acadêmico, de modo a estimular a evolução técnica, tecnológica, científica e comercial e com isso contribuir para o desenvolvimento nacional”, afirmou no discurso. 

A sintonia com o alto comando militar foi mencionado por Múcio como um dos objetivos de sua atuação como ministro. E não é pra menos. Afinal, a interlocução dos militares com o Executivo necessita de diálogo permanente, aberto e produtivo, através do titular da pasta da Defesa. Tendo sua escolha elogiada pelo general Hamilton Mourão, ex-vice-presidente da gestão Bolsonaro e senador eleito pela oposição ao atual governo Lula, José Múcio assumiu o cargo já desempenhando, antes da posse, funções conciliatórias para a composição do comando das Forças Armadas no presente mandato.

Neste papel, o pernambucano, ex-ministro do Tribunal de Contas da União e ex-ministro de Relações Institucionais de prévio governo Lula, surge como figura decisiva para o equilíbrio institucional na nova administração petista no Planalto.

Dirigindo palavras de conciliação àqueles que fizeram a “generosa opcao de dedicar suas vidas a servir ao Brasil com empenho e lealdade”, José Múcio declarou respeito à cultura e às tradições militares, para pregar respeito à cultura e às tradições democráticas brasileiras, notadamente pacíficas. Recordou os princípios da hierarquia e da disciplina, que regem a ética militar, para associar tais princípios à crucial
participação das Forças Armadas na busca coletiva por uma nação mais justa e próspera.


O ministro da Defesa representa um ponto de equilíbrio na sustentação institucional republicana. Também pode ser indutor de apaziguamento e união dos militares com as demais instituições da República. Mas caberá aos comandantes, e a todos os seus integrantes, a compreensão de que a conciliação é a base de sua própria instituição, assim como é o pilar da democracia.

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