Um dos maiores entraves à aquisição da casa própria, mesmo através de financiamento, é a falta de disponibilidade para o aporte de uma quantia maior na entrada do contrato. Em Pernambuco, esse obstáculo começa a ser superado, graças a um inovador programa criado pelo governo do Estado. E a demanda prova o acerto da medida: são 24,5 mil inscritos no Entrada Garantida, que concede o subsídio de R$ 20 mil na compra de um apartamento, como entrada, viabilizando a contratação do crédito. Apoio essencial para milhares de famílias encontrarem moradia melhor, com repercussões de caráter inclusivo na sociedade, e ainda estimulando um dos elos produtivos que mais contribuem para o motor da economia girar, a construção civil e os serviços agregados ao mercado imobiliário.
O primeiro contrato foi assinado na terça-feira, para um morador de Caruaru, que já se encontra com as chaves do imóvel em mãos. Sete empreendimentos cadastrados no programa dispõem de 1 mil unidades habitacionais, significando um valor de R$ 600 milhões em investimentos na construção civil, neste primeiro momento da nova política habitacional implementada pela governadora Raquel Lyra. Pela boa receptividade do mercado, pelo interesse demonstrado pela população e na perspectiva da entrega de imóveis, o Entrada Garantida tem tudo para se tornar em pouco tempo um marco para a habitação pernambucana.
Fazer a roda da economia girar é um dos propósitos da governadora, de olho no potencial multiplicador da indústria construtiva, ao passo em que mira na redução de um déficit histórico no estado. Há mais de 50 empreendimentos cadastrados aguardando a liberação da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), e 10 mil pessoas estão na fila para receber também as chaves de seus apartamentos, em breve, segundo o governo. As unidades integram a Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, com teto de R$ 55 mil por família. Os compradores têm juros mais baixos e prazo de até 35 anos para quitar o financiamento. Com o apoio na entrada, através de recursos estaduais, mais gente pode se candidatar, e as empresas do setor sabem que não falta procura.
Onde a desigualdade impera, medidas compensatórias podem cumprir o papel de catalisadoras da inclusão. É o caso do programa, que possibilita às famílias de baixa renda, sem a poupança suficiente para dar entrada num financiamento, a oportunidade do crédito para a casa própria. Ao fomentar habitação para os mais pobres, o governo de Pernambuco fomenta a mudança de vida, em iniciativa que pode servir de modelo para outros estados, e até municípios. De posse de um patrimônio a ser consolidado no longo prazo, milhares de famílias serão capazes de deixar a insegurança do aluguel para se sentirem proprietárias não apenas de um imóvel – mas do próprio destino.