Atualizada às 18h30
A ponte da Avenida Fagundes Varela, em Jardim Atlântico, Olinda, deveria ter sido liberada na tarde desta terça-feira (10). No entanto, até às 16h, isso não havia acontecido. A reportagem do Jornal do Commercio foi até o local e encontrou a ponte interditada, canteiro de obras, alguns homens trabalhando, moradores e comerciantes insatisfeitos.
Segundo moradores, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está no local trabalhando em uma das etapas inacabadas da obra. Com a via que é a principal entrada para o bairro de Jardim Atlântico interditada, em uma área onde há várias lojas, farmácias, restaurantes e outros estabelecimentos, os comerciantes reclamam do movimento fraco. As obras da ponte integram os serviços da primeira fase do Canal do Fragoso, com término programado para o próximo dia 15.
“Foi uma coisa muito mal elaborada porque a gente não foi avisado antes para poder se programar, fazer algo para que não se prejudicasse tanto. Mas aconteceu e inaugurou-se a ponte. A gente achou que ia ser o fim do tormento porque houve muito prejuízo. Isso aqui ficou completamente fechado. Quando foi agora, fecharam por cinco dias e deveria abrir hoje (terça-feira, 10) mas não abriram e não tem previsão porque a Compesa está fazendo um serviço, não explicam direito, fecha e pronto”, contou Netânia da Silva, comerciante e moradora de Jardim Atlântico há mais de 20 anos. Ela trabalha em uma loja de colchões, localizada na Avenida Fagundes Varela, a pouco metros da saída da ponte que está interditada.
Apesar dos transtornos causados pela demora das obras, interdições e falta de cumprimento de prazos, há moradores mais compreensivos e que acreditam que o resultado será bom para todos. É o caso do funcionário público aposentado José Alcântara, de 74 anos. “Eu não sou de sair muito, mas acho que quando tudo ficar pronto vai ficar muito e vai melhorar muito. Pelo menos cheia a gente não vai ter mais. Mas, agora, enquanto ainda está em obras, se chover corremos um risco sério de alagamentos. Abriram o canal, tiraram a terra que tinha, mas está cheio mato, que o rio levou tudo para lá. Mas os moradores daquela área (mais próximos do canal) estão com medo”, afirmou.
Outra preocupação dos moradores são as chuvas. "Se o tempo mudar, já ficamos apreensivos. No ano passado, passei dois dias presa na minha casa, no primeiro andar. Deu um metrô de água e isso nunca tinha acontecido", relatou Zenilde Cavalcanti Martins, moradora da Rua Regina Lacerda, no mesmo bairro.
Ao ser contatada, a Prefeitura de Olinda disse que está aguardando o posicionamento do Estado sobre o fim da obra para liberar o trânsito.