*Com informações da repórter Lilian Fonseca, da TV Jornal
Mais uma medida foi tomada por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus. Desta vez, no Hospital da Restauração (HR), que fica no bairro do Derby, na área Central do Recife. Na noite dessa quarta-feira (18), a recepção da emergência da unidade foi esvaziada e os acompanhantes foram retirados do espaço, que está vazio. A circulação no local agora só é permitida para os profissionais de saúde. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a restrição ocorreu seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES), para evitar a aglomeração de pessoas.
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O problema é que muitos que ficavam no espaço vieram do interior do Estado e não têm condições financeiras de fazer o deslocamento entre as cidades e a capital todos os dias. É o caso do pedreiro Manoel Almeida, que veio do município de Araripina, no Sertão de Pernambuco, que fica a 690 quilômetros do Recife. O irmão dele está internado com queimaduras e ele não tem onde ficar. "Não disseram nada, só botaram a gente para fora. Passei a noite todinha em pé. Disseram que não podia amontoar ninguém. Para ir a voltar todo dia de Araripina eu não tenho condições. Nem se fosse de 15 em 15 dias, também não teria como. Sobre a visita, até agora, não falaram nada", afirma em entrevista à TV Jornal.
O desempregado Marcos Antônio Ramos estava há 14 dias na recepção do HR acompanhando o seu primo, que sofreu um acidente de moto. O rapaz é da cidade de Afogados da Ingazeira, também no Sertão de Pernambuco, que fica a, aproximadamente, 400 quilômetros de distância do Recife. Ele conta que está "de mãos atadas" e que está difícil conseguir informações sobre o seu primo. "Antes era ruim, ontem foi pior. Porque a gente ficava lá, pelo menos na recepção com um colchãozinho, um cantinho. Já não era o ideal, teria que ter um local para a gente ficar. A assistente social não conseguiu falar com os municípios, para conseguir as casas de apoio. Não tem nem como (ir e voltar), são seis horas de viagem, imagina o custo", completa Marco Antônio.
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da unidade, outras medidas foram tomadas para evitar a propagação do novo coronavírus, como o adiamento de palestras e cursos que são realizados no auditório. Além disso, também foram suspensas as atividades dos Doutores da Alegria, que vão ao hospital três vezes por semana em condições normais. A assessoria ressalta que os pacientes internados na enfermaria do hospital seguem com acompanhantes e, até o momento, as visitas estão mantidas.
A Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, na noite desta quarta-feira (18) o projeto enviado pelo do Poder Executivo que decreta estado de calamidade pública no Brasil em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Após a aprovação, o texto ainda precisa passar pelo Senado onde precisa de pelo menos 41 votos. A votação não tem data para acontecer. Somente depois da aprovação nas duas casas legislativas e posterior sanção presidencial é que o decreto, com validade até o final do ano, entra em vigor. A declaração de estado de calamidade pública é uma medida inédita em nível federal.
Coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31 de dezembro de 2019, após casos registrados na China. Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão: