JORNAL DO COMMERCIO – Quando você percebeu que o quadro dela estava se agravando?
PAI DO BEBÊ – Ela passou três dias com febre, quarta (25), quinta e sexta. Ela não estava resfriada. Sentia um mal-estar, uma ânsia de vômito, dor no corpo. Aí a febre foi aumentando. No sábado (28), ela foi para o hospital e já ficou internada. Não estava conseguindo normalizar a respiração. Aí quando foi da sexta para o sábado, ela piorou.
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JC – Ela, então, passou uma semana internada?
PAI DO BEBÊ – Isso. Ela passou do sábado até a sexta (da semana seguinte) no apartamento. Mas não era possível visitá-la. A gente estava se falando por telefone. Ela estava confiante, mas muito preocupada com a respiração, que não normalizava. Na sexta à noite, ela piorou.
JC - A confirmação de que ela tinha sido contaminada com o novo coronavírus veio em que momento?
PAI DO BEBÊ – Na quinta-feira. No sábado, ela foi entubada.
JC – Qual foi a última vez que vocês se viram fisicamente?
PAI DO BEBÊ – No sábado da semana anterior, quando eu a levei para o hospital. Só podia ficar uma pessoa, que foi a mãe dela. Depois disso, ficamos nos falando por telefone.
JC – O que provocou o agravamento do caso?
PAI DO BEBÊ – Já na madrugada do sábado, os médicos decidiram entubá-la, porque houve um agravamento geral do quadro. No sábado pela manhã, decidiram fazer o parto, para que ela pudesse respirar melhor. A saturação melhorou, mas o coração estava fraco. Embora ela nunca tivesse tido nenhum problema anterior a essa doença, os médicos disseram que o vírus provoca a inflamação dos órgãos. O agravamento dela no hospital foi por causa do coração. Decidiram fazer o parto para não prejudicar o bebê, em função dos medicamentos que ela precisava receber.
JC – O que dizer para as pessoas que hoje estão em casa, com medo de uma possível contaminação?
PAI DO BEBÊ – Se puder, fique em casa. Tem muita gente que ainda não está consciente. Mas essa é uma forma de ajudar a conter esse vírus.