Obrigatório a partir do próximo sábado, o uso de máscaras para quem precisar ir às ruas em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19) não pode ser motivo para que a população relaxe os cuidados ou o isolamento social no Estado, alertam especialistas. De acordo com o decreto, podem ser utilizadas máscaras do tipo artesanal (de tecido) ou cirúrgicas. Quem for abordado sem o Equipamento de Proteção Individual (EPI) será orientado a voltar para casa.
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A técnica em eletrotécnica Isabel Lira, de 26 anos, mora em Boa Viagem, bairro com o maior número de moradores que foram infectados pela covid e desenvolveram a forma grave da doença no Recife. Ela afirma nas últimas semanas, quando a máscara virou recomendação do poder público, o número de pessoas nas ruas aumentou. "Acho que as pessoas têm se confiado na máscara. Nas poucas vezes em que precisei passar pela Avenida Boa Viagem, Conselheiro Aguiar e Domingos Ferreira, vi muitas pessoas praticando exercícios físicos acompanhadas ou sozinhas, enquanto usam máscara", relata.
Morador do mesmo bairro, o fisioterapeuta Saulo Albuquerque, 29, também percebe que a população não tem respeitado o distanciamento social. "Percebo que saem como se nada estivesse acontecendo. Na última semana, aumentou muito o número de pessoas nas ruas. Acredito que essa medida (da obrigatoriedade) seja necessária para frear o contágio, já que o sistema de saúde está no seu limite", afirma.
Entre os bairros com maior número de pessoas com sintomas graves de covid no Recife está também a Madalena, na Zona Oeste da capital. A administradora Maria Ferreira, 30, moradora do bairro, faz uso de máscara há um mês, quando precisa ir ao supermercado. "Me sinto mais segura, mas não acho que a máscara é tudo", afirma.
A infectologista Andrezza de Vasconcelos reforça que a orientação é de que as pessoas fiquem em casa. "Estar com a máscara é melhor do que estar sem nenhum tipo de proteção, mas não é garantia", alerta. Segundo ela, é necessário tomar os devidos cuidados, para que, de equipamento de proteção, a máscara não acabe se tornando um meio de transmissão da doença. "É preciso levar uma bolsinha para colocar a máscara suja e outra com máscaras limpas, já que precisam ser trocadas a cada duas horas. Além disso, é necessário higienizá-las com água, sabão e passar o ferro de passar", orienta.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão: