Em comemoração ao Dia Internacional da Amamentação e Dia Nacional da Doação de Leite Humano, celebrado nesta terça-feira (19), a ‘maior doadora de leite materno do Brasil’ vai doar aproximadamente seis litros para a Maternidade Jesus do Nazareno, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
A técnica de enfermagem Michele Rafaela Maximino, de 38 anos, teve seu quarto filho, o bebê João Miguel, no início de fevereiro. Mesmo com a pandemia de coronavírus, que faz sofrer os estoques dos bancos de leite do Estado, Michele deu continuidade às doações. Ela chega a doar de 8 a 10 litros do líquido por semana a bebês que não conseguem amamentar.
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Nesta segunda-feira (18), os técnicos da unidade de saúde vão ao município agrestino de Quipapá, onde ela mora, realizar a coleta, às 9h.
De máscara, touca, mãos lavadas e, em seguida, higienizadas com álcool a 70%, além de materiais esterilizados para a coleta. A preparação para a doação de leite materno pela técnica de enfermagem Michele Rafaela Maximino, de 38 anos, pode até ter se adequado aos tempos de pandemia do novo coronavírus, mas a solidariedade e a vontade de ajudar o próximo se mantêm o mesmo. Isto porque, em média, por semana, ela chega a doar de 8 a 10 litros do líquido para bebês que estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Maternidade Jesus do Nazareno, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
'Maior doadora de leite materno do Brasil', Michele conta que chega a doar cerca de 35 potinhos de vidro cheios de leite a cada semana. Como reside na cidade de Quipapá, que não possui banco de leite, a unidade de saúde de Caruaru busca as doações. Mas nem sempre foi assim. Nas gestações anteriores, o marido de Michele, o professor Ederval Trajano, de 48 anos, tinha que fazer o deslocamento de 70 quilômetros para levar as doações. Inclusive, eles chegaram a comprar um freezer para armazenar o líquido, já que a quantidade não cabia em sua geladeira.
"Eu queria que as mães não tivessem medo de doar o seu excesso nestes tempos de coronavírus. Porque não parou de nascer bebê prematuro. Eles ficam na UTI vários dias, até meses, e precisam desse leite materno. Na pandemia, a pessoa tem que ser mais solidária. Se tem, tem que doar, não jogar fora. É só se proteger e doar", comenta a técnica de enfermagem. Ela comenta que os estoques de leite estão baixos e que a equipe de saúde da Maternidade Jesus Nazareno havia informado que ela é responsável, atualmente, por 95% das doações de leite do local.
Na última terça-feira (12), foram mais de 12 litros entregues à maternidade. "Eles sempre vêm, depende da quantidade, porque a distância é muito grande. Mas praticamente toda semana eu faço a doação. Atualmente, o que está em falta são os vidros para colocar o leite. Tanto na unidade quanto aqui em casa. Inclusive, estou com uma campanha para arrecadar", comenta.
Além da unidade de saúde de Caruaru, Michele também chegou a doar para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife, quando estava internada após o parto do seu filho caçula, e para o filho da fisioterapeuta que faleceu vítima da Covid-19 em abril.
Em mais um ato de amor ao próximo, Michele entregou 7,45 litros de leite materno, em abril, para o bebê que estava internado na UTI do hospital da Unimed Recife, filho da fisioterapeuta que morreu vítima da covid-19. Após um mês internado e ter recebido doação, o bebê recebeu alta e foi para casa.
A onda de solidariedade que se espalhou nas redes sociais pedindo doações de leite para o recém-nascido chegou ao marido de Michele, Ederval Trajano. “Várias pessoas ligaram para a gente, entre familiares e ex-alunos que a conheciam, e pediram para a gente fazer essa doação”. Ederval, inclusive, dirigiu cerca de 200 quilômetros de Quipapá até a capital pernambucana para fazer a entrega.
Parece estar chegando ao fim a batalha judicial travada pela pernambucana Michele Rafaela Maximino contra os humoristas Danilo Gentili e Marcelo Mansfield e a Rede Bandeirantes. Após negar recurso de diminuição do valor da sentença dos acusados, Superior Tribunal de Justiça (STJ) resolveu manter a indenização de R$ 80 mil que, com juros e correções monetárias, deve chegar a R$ 187 mil. Leia mais.