Mais um golpe está dando o que falar na internet e causando muita dor de cabeça. Desta vez, aproveitando-se da pandemia do novo coronavírus, criminosos estão se passando por pesquisadores do Datafolha para clonar o WhatsApp das vítimas.
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De acordo com a Polícia Federal, os golpistas realizam ligações onde dizem estar fazendo um levantamento sobre casos de covid-19 no País. Durante a conversa, perguntam à vítima uma série de questões relacionadas ao vírus, como por exemplo, se alguém em sua família já testou positivo para doença. Os criminosos utilizam uma linguagem bastante técnica, o que acaba fisgando ainda mais vítimas.
Ao fim do contato, o falso pesquisador pede que a pessoa confirme a veracidade das informações informado um código de seis dígitos enviado via SMS ao seu celular. No momento em que o usuário repassa o código, seu WhatsApp é automaticamente clonado e os bandidos passam a ter acesso à lista telefônica da vítima, a qual usa para aplicar golpes financeiros pedindo determinadas quantias emprestadas para amigos e parentes.
Segundo informações contidas em levantamento realizado pela empresa de cibersegurança PSafe, a cada dia, 23 pessoas são vítimas de clonagem no Brasil. Além disso, os golpes financeiros aplicados em listas de contatos já atingiram 8,5 milhões de brasileiros.
O fotógrafo Daniel Santos, residente do Recife, contou à reportagem do Jornal do Commercio que chegou a ser alvo de um destes golpes no último mês. No WhatsApp, recebeu algumas mensagens de um colega de trabalho onde ele pedia R$ 15 mil emprestados. Estranhando a situação, o fotógrafo buscou contatar o colega para verificar a informação, foi então que constatou o golpe.
"Recebi a mensagem de um colega pedindo por R$ 15 mil emprestados. Achei estranho, lógico, mas não demonstrei estar desconfiado da situação. Já tinha noção que podia ser um destes golpes então contatei este meu colega para confirmar: dito e feito. Depois disso, fui enrolando o golpista e até disse que depositaria a quantia para conseguir os dados e repassar para a polícia", contou.
Depois de receber os dados bancários enviados pelo cibercriminoso, Daniel decidiu então fazer uma espécie de "brincadeira".
"Pedi os dados da conta pra fazer a transferência e garanti que faria o mais rápido possível. Pedi até pra ele me devolver até o fim de semana porque precisaria do valor, pra enrolar direitinho, sabe? Depois disso, joguei no photoshop e criei um falso comprovante de depósito. Não coloquei os meus dados reais, lógico, e no espaço onde deve ficar o nome do remetente coloquei um recadinho carinhoso mandando o golpista criar vergonha na cara e ir trabalhar", contou. "Já que a pessoa quis aplicar um golpe em mim e roubar meu dinheiro, nada mais justo do que enganar ela também, né? Aproveitei a situação pra rir um pouco, mas logo em seguida bloqueei", revelou Daniel em tom de risada.
Apesar de ter aproveitado a situação para dar boas gargalhadas, o desfecho desta história poderia não ter sido tão divertido caso a vítima não buscasse por uma segunda fonte de confirmação. Por isso, a Polícia Federal orienta que as pessoas não realizem transferências bancárias, mesmo de quantias pequenas, sem antes saber corretamente se o destino está correto e se a pessoa solicitante é realmente quem diz ser.
Ao navegar por sites como Mercado Livre, OLX, Amazon ou Facebook, o usuário insere suas informações pessoais, como número telefônico. Desta forma, muitos hackers conseguem acessar este contato e copiar. Daí em diante eles realizam o cadastro indevido deste número de telefone em outro celular. No entanto, para validar o uso do número é necessário inserir o código de liberação de acesso enviado para o celular da vítima, sob o pretexto de segurança da conta. Por isso a importância de não fornecer nenhum tipo de código através de ligações.
Para conseguir o código de liberação os criminosos podem se passar por funcionários de empresas ou representantes de segurança onde a pessoa fez a publicação de um anúncio de compra ou venda; agentes de pessoas famosas, ligando para o celular das vítimas, informando que elas têm direito a um convite para participar de uma “Festa Vip”; funcionários de órgãos públicos ou empresas de pesquisas; entre outros.
1- Em seu WhatsApp, opte por ativar a confirmação em duas etapas, criando um código (PIN) com seis dígitos. Para fazer isso no sistema IOS basta ir até 'Ajustes', depois em 'Conta', e 'Confirmação em duas etapas'. Já no sistema Android é só acessar 'Configurações', 'Conta' e por fim 'Confirmação em duas etapas'.
2- Nunca forneça ou envie o código de ativação a ninguém sob nenhuma hipótese. Nem empresas e nem famosos tem o direito de ter acesso ou solicitar essa numeração. Isso é um dispositivo de segurança que diz respeito apenas ao WhatsApp e só podem ser acessados pelo dono da conta e por ninguém mais; A única função desse código é a liberação do WhatsApp para ser instalado em um novo aparelho celular. Portanto se a pessoa não comprou um celular novo ou não fez o procedimento de voltar as configurações de fábrica, o único motivo para estar recebendo esse código é porque um golpista está querendo cloná-lo.
3- É importante que as pessoas leiam a mensagem que está recebendo porque via de regra quando o código é enviado a mensagem já informa que é a autenticação de segurança do WhatsApp.
1- Tente instalar o aplicativo o mais rápido possível. Se der sorte, o golpista não terá colocado a senha enviada pela vítima e será possível retomar a conta.
2- Envie um e-mail para support@whatsapp.com informando seu número no formato internacional (+55 9 0000 0000), solicitando bloquear o WhatsApp clonado; ou vá em ajustes/ajuda/faleconosco e informe o problema caso seu celular seja sistema IOS (iphone) ou configurações/ajuda/faleconosco, caso seu celular seja sistema Android (Samsung). O perfil permanecerá suspenso por 30 dias para que você consiga reativá-lo. Depois que a linha estiver ativa outra vez, reinstale o aplicativo do WhatsApp e configure a conta. Se a sua conta não for reativada dentro de 30 dias, ela será completamente apagada dos servidores do WhatsApp e será necessário cadastrar outro número.
3- Entre em contato com a operadora do celular e solicite a suspensão temporária da linha telefônica. Em seguida, vá até uma loja autorizada da empresa de telefonia, apresente os documentos legais do titular da conta e peça para transferirem o número da linha telefônica para um novo chip. O procedimento é feito na hora.
4- Informe as pessoas dos seus contatos, através de redes sociais que sua conta foi clonada e que elas podem ser vítimas de crimes financeiros utilizando o seu nome.
5- Vá até uma Delegacia de Polícia Civil mais próxima e preste um Boletim de Ocorrência a fim de que possa iniciar uma investigação policial. Os crimes para quem se apropria da conta de WhatsApp de terceiros pode ser configurado como invasão de dispositivo telemático, falsidade ideológica, estelionato e furto, com penas que variam de 3 a 15 anos, além de multa.