VACINAS

Governadores do Nordeste assinam contrato para compra de 37 milhões de doses da Sputnik

Os governadores estão reunidos, na tarde desta quarta-feira (17), com o Ministério da Saúde, para assinatura do termo que disponibilizará os imunizantes ao Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 17/03/2021 às 15:30
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IMUNIZANTE De acordo com a Anvisa, lotes testados carregavam um versão ativa do vírus causador de resfriados - FOTO: SAID KHATIB / AFP
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Matéria atualizada às 20h08

Os nove governadores do Nordeste, que integram o Consórcio Nordeste, assinaram na manhã desta quarta-feira (17), o contrato com o Fundo Soberano Russo para a compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V. Com o custo de US$9,95 por dose, os contratos firmados de forma individual por cada estado, devem totalizar no final cerca de US$ 368 milhões (R$ 2,1 bilhões). Os governadores se reuniram com o Ministério da Saúde para a assinatura do termo que disponibilizará os imunizantes ao Plano Nacional de Imunização (PNI) contra covid-19. A partir deste termo, será feita a distribuição de forma proporcional e igualitária da Sputnik V. O imunizante ainda não fez solicitação do uso emergencial ou aprovação definitiva à Anvisa.

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Alguns estados já anunciaram o quantitativo de doses que vão adquirir. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) afirmou que pretende comprar 4.586.861 milhões vacinas russas. Já o governador da Bahia, Rui Costa (PT), havia declarado que a pretensão é de adquirir 9,7 milhões de doses. No Ceará, o governador Camilo Santana (PT) assinou uma lei em que permite a compra de 5,8 milhões de doses da vacina russa.  A reportagem entrou em contato com o Governo do Estado, solicitando informações sobre o quantitativo firmado em contrato por Pernambuco, mas não houve divulgação até a publicação desta matéria. 

O Consórcio Nordeste estava desde agosto do ano passado em negociação com o Fundo Soberano Russo e, no primeiro momento, havia um entendimento de que fossem adquiridas 50 milhões de doses da Sputnik. No entanto, devido a impossibilidade dos estados de comprarem diretamente a vacina - a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizando estados e municípios a comprarem os imunizantes contra a covid-19, saiu no dia 23 de fevereiro -, o número de doses negociadas teve uma queda e fechou em 37 milhões.

De acordo com o cronograma apresentado pelo Consórcio, estão previstas duas milhões de doses da vacina russa para o mês de abril e cinco milhões em maio. No mês de junho, serão 10 milhões de doses do imunizante e, em julho, o ciclo é fechado com mais 20 milhões de doses da Sputnik V.

PACTO PELA VIDA

Nessa terça-feira (16), o presidente do Consórcio Nordeste, o governador do Piauí Wellington Dias (PT), solicitou uma audiência  com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em nome do Fórum Nacional de Governadores. De acordo com o gestor, a expectativa é de que ainda nesta semana possa ser definida uma data para o encontro. "Uma agenda que possamos tratar de uma pauta federativa para enfrentarmos juntos este momento da pandemia, e com essa integração municípios, União, os estados, o próprio setor privado e a sociedade, creio que será possível vencer o novo coronavírus", afirmou Dias.

Os gestores encabeçam o “Pacto Nacional pela Vida”, onde pleiteiam a união entre os três poderes da República para acelerar a vacinação contra a covid-19; apoio às medidas preventivas contra a pandemia; e a ampliação da rede hospitalar. A Confederação Nacional de Municípios (CNM), manifestou no mesmo dia,  total anuência destes três pontos colocados pelos governadores.

“Cabe destacar que os pleitos corroboram notas já emitidas pelo movimento municipalista, especialmente a publicada no dia 4 de março, por meio da qual as entidades municipalistas alertam que ‘é esse um momento em que a soma de esforços representa o único caminho para o enfrentamento da crise sanitária, política e econômica que a nação brasileira enfrenta’", afirmou a CNN.


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A eficácia do imunizante é de 91,6%, segundo dados publicados na revista The Lancet - FOTO:ZOLTAN BALOGH / POOL / AFP

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