DENÚNCIA

Imagens mostram pacientes mantidos junto a cadáveres em sala lotada no Hospital Getúlio Vargas, no Recife

HGV defende que os trâmites para retirada do corpo eram realizados na hora em que as imagens foram feitas. Em frente e na recepção do hospital, pacientes também se aglomeravam à espera de atendimento

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Katarina Moraes

Publicado em 22/06/2021 às 12:22 | Atualizado em 23/06/2021 às 12:42
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Com informações da repórter Suelen Brainer, da TV Jornal

Representantes do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Saten-PE) enviaram à reportagem da TV Jornal nesta terça-feira (22) vídeos que mostram uma sala hospitalar lotada de pacientes junto a cadáveres envolvidos em sacos plásticos. O caso aconteceu no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife, de administração estadual.

“Existem cadáveres ao lado de pacientes que estão tentando se recuperar, e isso não está acontecendo só no Getúlio Vargas não, ‘tá’? A superlotação está acontecendo em todas as unidades do Estado de Pernambuco. Estão superlotando as urgências e emergências, misturando pacientes com covid e sem covid, não existe controle”, disse Francis Hebert, presidente do Saten-PE.

Por nota, a direção do Hospital Getúlio Vargas esclareceu que “realiza todos os procedimentos necessários para o manuseio adequado e encaminhamento dos corpos para o necrotério do serviço”, e que, “no momento da realização da imagem divulgada, esses trâmites estavam sendo realizados de acordo com as normas para retirada do corpo do setor de internação para o necrotério”.

Além do problema relatado pelo sindicato, em frente e na recepção do hospital, muitos pacientes se aglomeram à espera de atendimento, conforme verificou a reportagem da TV Jornal na manhã desta terça-feira (22). Um deles foi o técnico em eletrônica Josias Irineu, que desde essa segunda-feira (21) precisa fazer um teste de covid-19 para realizar uma cirurgia, mas não consegue. “Sou jogado de um lado para outro. Vou para uma sala, depois para outra. Até agora estou aguardando”, relatou.

Moradora de Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, a dona de casa Edvânia da Silva diz que não é a primeira vez que vai até o hospital e volta para casa sem ser atendida. “Já entreguei o cartão e estou esperando ser chamada. Todos os dias tem essa superlotação aqui. É esse dilema todos os dias. O que a gente pode fazer? Só esperar”, afirmou.

Em relação às aglomerações registradas, o HGV afirmou que a orientação sobre a importância do cumprimento das medidas sanitárias por parte dos pacientes e acompanhantes que buscam a unidade de saúde “faz parte da sua rotina”. Ainda destacou que “todo paciente que apresente qualquer sintoma gripal, ou relato de contato com caso positivo para Covid-19, é encaminhado para uma área específica da unidade”, com acesso feito de forma exclusiva e profissionais que atuam apenas no setor.

Sobre a realização de testagem para detecção da Covid-19 em pacientes admitidos no serviço, o Getúlio Vargas salientou que “todos os casos suspeitos para a doença são testados. Além das coletas de RT-PCR que seguem para o Lacen-PE, a unidade conta com os testes rápidos de antígeno para dar celeridade ao diagnóstico”, completou.

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