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Incêndios que devastam o norte da Argélia deixam mais de 40 mortos

Ao menos 42 pessoas, sendo 17 civis e 25 militares, morreram nos incêndios que devastam o norte da Argélia

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AFP

Publicado em 11/08/2021 às 5:00
Segundo o ministro do Interior, cerca de 50 incêndios têm "origem criminosa" - RYAD KRAMDI / AFP

Ao menos 42 pessoas, sendo 17 civis e 25 militares, morreram nos incêndios que devastam o norte da Argélia, principalmente em Cabília, informaram as autoridades nesta terça-feira (10), mencionando incêndios "de origem criminosa" alimentados pela onda de calor com temperaturas de até 46ºC.

Os incêndios, que começaram na segunda-feira à noite, mataram 17 civis em Tizi Ouzou e Setif, segundo um novo balanço anunciado pelo primeiro-ministro, Aimene Benabderahmane.

O presidente Abdelmadjid Tebboune lamentou no Twitter a morte de 25 militares que tentavam apagar o fogo e apresentou suas condolências às famílias das vítimas.

"Com grande tristeza recebi a notícia da morte como mártires de 25 militares, depois de terem conseguido resgatar mais de 100 cidadãos das chamas, nas montanhas de Bejaia e Tizi Ouzou", afirmou o presidente. A televisão pública apresentou um balanço semelhante.

O ministério da Defesa reportou que outros 14 militares sofreram queimaduras de diferentes graus.

Sua intervenção "permitiu salvar das chamas 110 cidadãos: homens, mulheres e crianças", acrescentou o ministério em um comunicado.

Nas redes sociais circulam imagens apavorantes de troncos carbonizados, animais agonizando por asfixia e cidades cercadas pela fumaça enquanto as montanhas ao redor queimam.

Perto de Tzi Ouzou, um homem ferido, com braços e mãos vendados, caminhava pela rua com os cabelos cobertos de cinzas, enquanto outros eram transportados em macas, constatou um fotógrafo da AFP.

 Origem criminosa 

Segundo o ministro do Interior, Kamel Beldjoud, cerca de 50 incêndios têm "origem criminosa".

"Cinquenta incêndios ao mesmo tempo é impossível. Esses incêndios são de origem criminosa", afirmou o ministro.

A rádio pública argelina anunciou nesta terça-feira a prisão de três "incendiários" em Medéa (norte), também afetada pelas chamas.

Segundo o premier, há mais de 70 incêndios ativos no norte do país. As cidades de Bouira, Setif, Khenchella, Guelma, Bejaia, Bordj Bou Arreridj, Boumerdes, Tiaret, Medéa, Tebessa, Blida e Skikda estão afetadas, informou no Twitter a direção-geral da proteção civil.

O vento, somado à seca que afeta a região, dificulta os trabalhos de combate às chamas, informou Youcef Ould Mohamed, guarda florestal local, citado pela agência de notícias argelina APS.

A Argélia é afetada anualmente por incêndios florestais. Em 2020, queimaram cerca de 44.000 hectares.

Durante um conselho de ministros realizado em 25 de julho, o presidente Abdelamdjid Tebboune ordenou a elaboração de um projeto de lei para punir severamente os responsáveis por incêndios criminosos em florestas, com penas de até 30 anos de prisão ou até prisão perpétua se o incêndio causar mortes.

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