CASO MIGUEL

Sarí Corte Real será interrogada nesta quarta (15) em última audiência do Caso Miguel

Ex-patroa da mãe de Miguel, Sarí é acusada pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte

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Katarina Moraes

Publicado em 13/09/2021 às 11:09 | Atualizado em 13/09/2021 às 11:47
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Acusada pelo crime de abandono de incapaz com resultado morte, Sarí Corte Real será interrogada nesta quarta-feira (15) pela primeira vez pela morte de Miguel Otávio, de 5 anos, em 2 de junho de 2020. A segunda audiência de instrução acontecerá a partir das 9h no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (Cica), na Boa Vista, Centro do Recife.

"Finalizando as testemunhas de acusação, Sarí deve ser interrogada. Ela vai narrar como tudo aconteceu no dia e aguardar o processo, que deve voltar para o Ministério Público, dar delegações finais, para depois voltar para a gente dar nossas delegações finais. Só então haverá o julgamento", explicou Pedro Avelino, advogado de Sarí.

A acusada estava responsável pela vigilância do menino enquanto a mãe dele e empregada doméstica da de Sarí, Mirtes Renata, passeava com o cachorro da patroa. A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística no edifício constatou, por meio de imagens, que ela apertou o botão da cobertura antes de deixar a criança sozinha no elevador.

Ao sair do equipamento, no nono andar, o menino passou por uma porta corta-fogo, que dá acesso a um corredor. Então, ele escalou uma janela de 1,20 m de altura e chegou a uma área onde ficam os condensadores de ar. Foi desse local que Miguel caiu, de uma altura de 35 metros, e morreu. O caso ganhou repercussão por todo o País, a partir de movimentos que cobraram a culpabilização de Sarí.

Ato #JustiçaPorMiguel

Em frente ao local da audiência, a partir das 9h da quarta, haverá um ato pacífico, segundo organizadores, chamado #JustiçaPorMiguel. Os organizadores do protesto ainda garantem que serão seguidas "todas as recomendações sanitárias necessárias para garantir a segurança de todas as pessoas presentes" contra a covid-19. 

Estarão presentes a mãe de Miguel, Mirtes Renata, ex-empregada doméstica de Sarí, familiares e amigos/as, artistas locais, representantes da Articulação Negra Pernambuco (ANEPE), do GAJOP, do movimento negro e outras organizações sociais e populares que clamam por justiça para esse crime.

Após o término da audiência, Mirtes e os advogados habilitados como assistentes de acusação do caso concederão uma entrevista coletiva à imprensa na sede do Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (GAJOP).

RELEMBRE O CASO

Miguel morreu na tarde de 02 de junho de 2020. Na ocasião, Sarí estava responsável pela vigilância do menino, enquanto a mãe dele, Mirtes Renata, passeava com o cachorro da patroa.

A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística no edifício constatou, por meio de imagens, que Sarí apertou o botão da cobertura, antes de deixar a criança sozinha no elevador. Ao sair do equipamento, no nono andar, o menino passa por uma porta corta-fogo, que dá acesso a um corredor. No local, ele escala uma janela de 1,20 m de altura e chega a uma área onde ficam os condensadores de ar. É desse local que Miguel cai, de uma altura de 35 metros.

Sarí Corte Real, ex-patroa da mãe de Miguel, é esposa do ex-prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). Na época do caso, Mirtes e a avó de Miguel trabalhavam na casa do então prefeito, mas recebiam como funcionárias da prefeitura. A informação foi revelada pelo Jornal do Commercio.

Após a denúncia, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou uma investigação, descobriu que outra empregada doméstica da família também era funcionária fantasma da prefeitura, e a Justiça determinou o bloqueio parcial dos bens de Hacker. O MPPE descobriu ainda que a mãe e a avó de Miguel ganhavam até gratificação por produtividade, mesmo sem trabalharem na prefeitura, como revelou um documento obtido pela coluna Ronda JC.

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