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No dia do crime, suspeito estava no quarto sozinho com menina de 2 anos morta com sinais de violência sexual e outra criança, diz polícia

O homem, que foi preso no último sábado, é marido da cuidadora da vítima

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Bruna Oliveira

Publicado em 03/11/2021 às 15:23 | Atualizado em 03/11/2021 às 16:50
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A Polícia Civil de Pernambuco afirmou, em coletiva de imprensa realizada no fim da manhã desta quarta-feira (3), que depoimentos de testemunhas apontaram que o suspeito de envolvimento na morte de uma menina de apenas dois anos estava, a sós, com ela e uma outra criança no quarto quando o crime ocorreu. A menina teria sido vítima de violência física e sexual em Maranguape I, em Paulista, no Grande Recife, no dia 22 de outubro. O homem foi preso no último sábado (30).

"Um dos pontos de convergência nos testemunhos é de que ele passou horas dentro do quarto acompanhado da vítima e de uma criança que também tem 2 anos de idade", declarou o delegado Vitor Freitas, gestor da Divisão de Homicídios Metropolitana Norte (DHMN).

O suspeito seria marido da cuidadora da criança e foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). A mulher teria mentido em seu primeiro depoimento e dito que a sogra seria responsável por agredir a menina e, consequentemente, causar a sua morte. No entanto, no decorrer das investigações policiais, ela mudou o depoimento e disse acreditar que o suspeito seria o autor do crime. 

Segundo o delegado Diego Jardim, o que se sabe é que a vítima sofreu agressões entre as 17h e 20h, sendo este último o horário em que foi socorrida. As investigações apontam que todos estavam dormindo quando, por alguma razão, a vítima começou a chorar. Nesse momento, ela teria sido agredida.

"Em um surto ele agrediu a criança e mandou ela ficar quieta, então a vítima ainda ficou deitada, sentindo dor, ao lado do agressor. Pouco tempo depois a cuidadora entrou no quarto e foi quando a menina voltou a chorar e pediu mingau", disse o delegado.

Ainda de acordo com a autoridade policial, assim que a cuidadora saiu, o homem notou que a criança começou a desfalecer e realizou o socorro. A criança deu entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) às 23h e falecido menos de meia hora depois.

"A médica legista apontou como causa da morte traumatismo de abdômen fechado por ação contundente ou seja, por socos e chutes na região abdominal. Houve rompimento do baço e lesões no fígado, estômago e intestino", falou.

Em sua versão o suspeito, no entanto, conta apenas que estava dormindo no quarto e acordou com a criança chorando. "É a única versão que ele mantém, mas a investigação continua. Possivelmente será indiciado por homicídio por motivo fútil e impossibilidade de defesa. Os crimes sexuais serão investigados pela Delegacia da Criança e do Adolescente", pontuou o delegado Diego Jardim.

Dados repassados pela Polícia Militar indicaram que a menina tinha sinais visíveis de estupro, inclusive com ferimentos na vagina e no ânus, além de escoriações e ferimentos pelo corpo. A agressão foi informada pelos médicos, que acionaram a polícia.

Falso depoimento da cuidadora e prisão da sogra

Logo após o homicídio, a cuidadora da criança se apresentou como testemunha ocular do crime e contou à polícia que a sua sogra, mãe do suspeito, seria a autora do homicídio. Na época, ela afirmou que o crime ocorreu durante uma cerimônia religiosa, realizada no terreiro onde fica localizada a casa. Na resistência moravam a sogra, o marido, dois cunhados e uma criança.

A sogra chegou a ser presa em flagrante e levada para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A mulher, no entanto, depois foi posta em liberdade.

De acordo com a polícia, o depoimento da cuidadora divergiu dos das outras testemunhas que se encontravam no culto religioso. "Com as investigações a própria cuidadora apresentou uma versão diferente e disse que mentiu com o objetivo de proteger o companheiro. Ela acredita que ele é o autor do homicídio", explicou o delegado Vitor Freitas.

A garotinha foi enterrada na manhã do dia 24 de junho, no Cemitério de Guadalupe, em Olinda, também no Grande Recife.

 

 

 

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