Com informações da repórter Bárbara Lessa, da TV Jornal
Com arrefecimento da pandemia de covid-19, o movimento voltou a ser intenso em cemitérios da Região Metropolitana do Recife no Dia de Finados deste ano.
Em 2020, diante de recomendações mais rígidas das autoridades de saúde para evitar aglomerações, alguns locais chegaram a suspender missas e os cemitérios receberam um público menor.
Mesmo diante de um cenário epidemiológico mais favorável, os que se dirigiram aos cemitérios do Recife, nesta terça-feira (2), precisaram usar máscaras e higienizar as mãos ao entrar.
A prefeitura estima que cerca de 20 mil pessoas circularam pelos cemitérios de Casa Amarela, Parque das Flores, Santo Amaro, Tejipió e Várzea neste feriado de Finados.
No cemitério de Santo Amaro, na área central do Recife, às 10h, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, celebrou uma missa. "Finados não é um dia de tristeza, mas um dia de saudade. É quando recordamos os nossos entes queridos que partiram para casa do Pai, que já fizeram a sua páscoa definitiva. Somos convidados enquanto comunidade e família a visitar os túmulos desses irmãos para levar nossa homenagem, nossa oração, nossa prece", destacou dom Fernando.
"É fundamental que tenhamos oportunidade de participar da celebração eucarística, quer seja nos cemitérios ou nas comunidades paroquiais. Somos todos convidados a juntos rezarmos por esses irmãos para que nós também entendamos que um dia teremos essa experiência", comentou o arcebispo em um vídeo em que fala do Dia de Finados. Às 16h, segunda missa foi realizada. Essa, presidida pelo padre João Crisóstomo, capelão da capela deste cemitério.
Foi intensa a movimentação no local. Pela manhã, muitas pessoas já chegavam ao Cemitério de Santo Amaro para homenagear parentes e amigos mortos. Do lado de fora também foi grande o movimento de vendedores oferecendo flores e velas.
O porteiro Marcelo Henrique aproveitou a folga no trabalho para organizar o túmulo de seu pai, falecido há um ano e sete meses. "Vim ajeitar a cova dele, pintar a placa. As pessoas cobram caro, preferi eu mesmo fazer isso. É também uma forma de matar a saudade dele. Minha mãe pediu pra vir. Só não esperava encontrar tanta gente", comentou Marcelo.
A dona de casa Terezinha levou flores brancas e amarelas para o túmulo do marido, morto no início do ano passado. "Não pude vir ano passado por causa da covid-19. Ele morreu no começo da pandemia, mas foi de coração", afirmou Terezinha.
Em Olinda, no Grande Recife, as visitas aos dois cemitérios municipais tiveram regras mais rígidas que na capital pernambucana neste Dia de Finados. Além do uso obrigatório de máscaras e higienização das mãos, o público foi limitado a cem pessoas por vez nos Cemitérios de Nossa Senhora da Conceição, no bairro de Guadalupe, e no de Águas Compridas. E o tempo de permanência no local foi de até uma hora.
A gestão municipal também proibiu a celebração de missas. Mas houve a apresentação de um coral no cemitério de Guadalupe durante a manhã. A expectativa da prefeitura era de que cerca de quatro mil pessoas passassem por essas necrópoles até o fim do dia.
A dona de casa Maria do Carmo Soares foi visitar o túmulo da sua mãe, falecida em maio do ano passado devido a problemas no coração. "É muito difícil para mim pois além de ser recente a gente era muito apegada. A saudade é grande. Ela era minha companheira, nunca me abandonou", comentou.
A autônoma Daiane Carvalho também foi em Guadalupe prestar homenagem à sua mãe, morta em janeiro. "É horrível a sensação de não estar com ela. Minha mãe estava sempre sorrindo, sempre ao meu lado", afirmou Daiane.