DEFESA SOCIAL

Mãe da menina Beatriz é impedida de acompanhar coletiva de imprensa sobre suposto assassino da filha: "É desumano"

A reportagem deste JC apurou que o secretário de Defesa Social do Estado e o chefe da Polícia Civil a receberam após a exigência

Cadastrado por

JC

Publicado em 12/01/2022 às 9:26 | Atualizado em 12/01/2022 às 9:55
Lucinha, na chegada ao prédio da SDS - TV JORNAL

Lucinha Mota, a mãe da menina Beatriz, morta com 42 facadas dentro de uma escola particular em Petrolina, no Sertão do Estado, teve o acesso negado à coletiva de imprensa convocada pela Secretaria de Defesa Social para apresentar os detalhes sobre a identificação do suposto assassino de sua filha. De acordo com informações preliminares, Lucinha quis acompanhar a apresentação dos detalhes junto com a imprensa, o que não a foi permitido. Após exigir a liberação da entrada, a mulher conseguiu adentrar o prédio da SDS, no bairro de Santo Amaro, área central do Recife e ser recebida pelo chefe da Polícia Civil e o secretário de Defesa Social. 

"Eu vou entrar. Pode ter certeza de que vou entrar. Vocês não estão lidando com nenhuma animal, nenhuma cachorro, não. São seis anos aguardando resposta e soube através da imprensa", disse revoltada a mãe da menina. 

 

Lucinha não foi convidada para acompanhar a coletiva tampouco recebeu informações do Estado e investigadores acerca da confirmação, dada ontem, da identificação do suposto assassino de sua filha. 

CASO BEATRIZ

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) afirmou que chegou, nessa terça-feira (11), ao suspeito de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, ocorrido em 2015, em Petrolina, Sertão do Estado. De acordo com a SDS, o homem, que já estava preso por outros crimes, foi identificado por meio de análises de DNA.

"A identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, realizadas no dia de hoje, que identificou o DNA recolhido na faca utilizada no crime. Em confrontação de perfis genéticos do banco, chegou-se ao DNA do suspeito, que se encontra preso por outros delitos em uma unidade prisional do Estado. Ao ser ouvido pelos delegados da Força Tarefa, confessou o assassinato e foi indiciado", explicou a pasta, em nota.

Relembre o caso Beatriz

No dia 10 de dezembro de 2015, em Petrolina, Beatriz foi assassinada com 42 facadas em uma sala desativada do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde estudava, quando acontecia a formatura da irmã mais velha.

Beatriz havia se afastado para beber água e não voltou mais. O corpo dela foi encontrado 30 minutos após.

Uma força-tarefa de delegados acompanha o caso. O inquérito, com 24 volumes, foi remetido ao Ministério Público no começo de dezembro de 2021. Há, ao todo, 442 depoimentos, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas.

Em 2017, polícia divulgou a imagem de um suspeito que possivelmente entrou no colégio durante a festa. Uma câmera flagrou o rapaz do lado de fora, mas nenhuma imagem do lado de dentro teria registrado. Foi oferecida recompensa de R$ 10 mil.

 

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