SEPULPAMENTO

Corpo de idoso é exumado e entregue à família após ter sido trocado em hospital no Recife

O corpo de Amilton Gomes da Hora, de 66 anos, que acabou sendo enterrado por outra família, em Sanharó, chegou ao Recife nesta sexta-feira (5) e será sepultado por seus familiares neste sábado (6)

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Filipe Farias

Publicado em 05/08/2022 às 22:47 | Atualizado em 05/08/2022 às 23:30
Corpos foram trocados no Hospital Getúlio Vargas - FILIPE JORDÃO/ACERVO JC IMAGEM

Com informações do repórter Michael Carvalho, da TV Jornal

Depois de tanto sofrimento, a família que teve o cadáver do seu ente querido trocado no Hospital Getúlio Vargas, no Recife, conseguiu, nesta sexta-feira (5), desfazer a confusão.

O corpo de Amilton Gomes da Hora, de 66 anos, que foi sepultado por outra família no município de Sanharó, no Agreste, foi exumado e transferido para o Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife, para que a sua viúva fizesse o reconhecimento e, em seguida, fosse liberado.

Através de nota, o IML do Recife informou que a família optou por retira-lo neste sábado (6).

Em entrevista à reportagem da TV Jornal, Sebastiana da Hora, viúva de Amilton da Hora, não escondeu o alívio de colocar um ponto final nessa tormenta.

"Agradeço a Deus que tudo foi resolvido. Só quero enterrar meu marido e que isso termine logo. Chega de tanto sofrimento", falou a viúva.

Dona Sebastiana acredita que o erro partiu de algum funcionário do hospital.

"Peço que as pessoas quando forem buscar o ente querido no hospital veja documentação direito, a cor da pessoa e veja se é ela mesmo para não acontecer o que aconteceu comigo, porque foi horrível tudo o que passei", lamentou.

"Creio que a troca foi nos documentos, na papelada do hospital... O povo que trabalha sem prestar atenção", concluiu a viúva.

O outro corpo foi identificado pela família e sepultado em Sanharó.

Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco (PGE-PE) informou que "ajuizou ação buscando obter, com urgência, autorização judicial para a exumação e correta identificação do corpo sepultado em Sanharó, com o objetivo de permitir a identificação do corpo por meio dos órgãos da Administração Pública Estadual e a entrega aos respectivos familiares, para que possam velá-lo e enterrá-lo".

Por fim, a PGE-PE "se solidariza com as famílias envolvidas e informa que, em caso de ação judicial contra o Estado, irá se manifestar nos autos do eventual processo".

O caso de troca de corpos em hospital no Recife

Amilton Gomes da Hora, de 66 anos, faleceu no dia 23 de julho, no Hospital Getúlio Vargas, na Zona Oeste do Recife, Pernambuco. A família foi ao necrotério da unidade de saúde para liberar o corpo do idoso, mas quando os parentes chegaram ao hospital, tomaram um susto: o corpo era de outro homem.

O sobrinho de Amilton, Eduardo da Silva, esteve no hospital, mas não obteve muitas respostas da unidade de saúde.

Contudo, Eduardo conseguiu o telefone de uma funerária e descobriu que o corpo do tio tinha sido enterrado no dia 25 de julho por outra família em Sanharó.

O advogado da família contou que vai entrar com uma ação contra o Estado.

O QUE DIZ O HOSPITAL

Veja a nota do Hospital Getúlio Vargas na íntegra:

"A direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) informa que está apurando os fatos, que resultaram na troca dos corpos de dois pacientes atendidos no serviço e prestando assistência aos familiares dos pacientes.

Todas as informações estão sendo repassadas aos parentes. A unidade também já acionou o setor jurídico para a adoção das medidas necessárias.

É importante destacar que as tarjetas de identificação dos pacientes foram colocadas corretamente e que todos os demais trâmites de identificação foram seguidos adequadamente pela equipe do hospital.

Ambos os falecimentos ocorreram no último sábado (dia 23/07), sendo um deles reconhecido oficialmente por um familiar que realizou a liberação junto à unidade no mesmo dia, e o segundo foi reconhecido apenas nesta terça-feira (26/07).

A direção do HGV se solidariza com os familiares pelo ocorrido neste momento de dor e reforça que está em contato com os serviços envolvidos, assim como as autoridades judiciárias competentes, para a solução adequada".

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