Com informações do repórter Waldson Balbino, da TV Jornal
Um acidente trágico. A adolescente Júlia Beatriz foi atropelada por um trem VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), na tarde desta terça-feira (20), no Cabo de Santo Agostinho. A jovem, de apenas 16 anos, tinha acabado de sair da aula, numa escola particular que fica do outro lado dos trilhos e, quando foi atravessar, acabou sendo atingida.
"Ela sempre fazia esse percurso junto com meu filho. Só que hoje estava chovendo muito e meu filho disse que não queria ir para escola, porque estava chovendo. Aí ele ficou em casa. Sendo que ela acabou vindo sozinha para a escola e eu não sabia. Fui trabalhar e quando foi no final da tarde, a avó perguntou pelo meu filho. Disse que ele estava em casa... Foi quando ela me contou que o trem tinha batido em Júlia", falou Mirela da Silva, parente da vítima, bastante emocionada.
Mirela contou que a tragédia podia ter acontecido com seu filho e com sua irmã. "Todo dia vinham para a escola meu filho, minha irmã e Júlia. Eles faziam esse percurso todos os dias. E eu sempre dizia a eles para virem por fora dos trilhos, porque pela linha era perigoso. Então, eles vinham por fora e quando chegavam na frente do terminal, onde pegam o ônibus para Itapuama, atravessavam. Mas hoje aconteceu esse acidente", lamentou a parente da adolescente.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Metropolitano foi acionado por volta das 16h30. Um helicóptero chegou a ser enviado para o local, mas quando os profissionais chegaram, a vítima já estava sem vida.
De acordo com moradores da localidade, a população corre esse risco diariamente. "É um trecho muito grande sem o muro (paralelamente aos trilhos do trem). É preciso ter um muro ou outros acidentes vão acontecer aqui", disse o autônomo Ezequiel de Souza. "O prefeito do Cabo de Santo Agostinho e a governadora precisam fazer algo... Uma jovem perdeu a vida", complementou.
Outra solução apontada e cobrada pelos populares é a construção de uma passarela. "Se tivesse aqui uma passarela teria evitado essa tragédia. Mas aqui é tudo aberto. Tem muitos colégios por aqui perto da linha do trem. Tem alunos de Gaibu, Ipojuca... Eu mesmo sou de Garapu, tenho uma filha especial e todos os dias venho trazê-la e venho buscá-la, mas nem todos os pais podem fazer o mesmo. O bom mesmo era que construíssem uma passarela ou fechassem com um muro, para ninguém passar por aqui por cima dos trilhos. Agora, infelizmente, uma jovem perdeu a vida", comentou a dona de casa Maria da Paz.