Federação Israelita de Pernambuco, em conjunto com a Confederação Israelita do Brasil e com o Corpo Consular do Nordeste, promoveu na manhã desta quinta-feira (9) um café da manhã para marcar o Dia Internacional de Combate ao Fascismo e ao Antissemitismo.
Esta data, estabelecida pelo Parlamento Europeu, foi referenciada pela Noite dos Cristais, dia fatídico, ocorrido em 1938 em que ocorreu, na Alemanha e na Áustria, pogroms contra as comunidades judaicas, provocando muitas mortes e ataques contra sinagogas, residências e estabelecimentos judaicos.
Mais que nunca, faz-se necessário promover eventos como esse. Vivemos neste exato momento um crescimento exponencial do antissemitismo no Brasil e no mundo. O atual conflito em que o Estado de Israel foi envolvido, após o covarde e inominável ataque do grupo terrorista Hamas, contra civis da pátria judaica, trouxe à tona sentimentos de ódio e preconceito hibernados, em diversos segmentos.
Fizeram-se presentes representantes de diversos segmentos de nossa sociedade. Do setor governamental, diplomatas, empresários, jornalistas, representantes de classe, bem como dirigentes de instituições judaicas locais.
O evento contou com fortes pronunciamentos da presidente da Federação Israelita de Pernambuco, senhora Sonia Schechtman Sette e do Consul Honorário da República de Malta, senhor Thales Castro.
Na sequência houve uma apresentação que demonstrou dados estarrecedores sobre o crescimento do antissemitismo no Brasil, sob as mais diversas formas. São comentários antissemitas, de apologia ao nazismo e até ameaças de morte pelas redes sociais.
São crianças, jovens, homens e mulheres de todas as idades que sofreram algum tipo de violência pelo simples fato de serem judeus.
O antissemitismo não é um problema apenas dos judeus. É um grave sintoma do estado em que se encontra uma sociedade. É revelador do grau de intolerância e racismo presentes. O antissemitismo começa com os judeus, mas nunca termina apenas neles.
Continuou o evento com uma apresentação histórica do antissemitismo pelo professor Daniel Strum, bacharel em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre e doutor em História Judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém.
Ao final, todos os presentes entoaram em conjunto a palavra Shalom (Paz).
Ficou patenteado a necessidade de um trabalho contínuo que enfrente todas as formas de intolerância, preconceito e racismo.
Uma sociedade moderna e democrática não pode permitir que fatos como esses aconteçam impunemente e que minem os alicerces de nossa sociedade.