No Recife, neste sábado (30), a partir das 12h, acontece a primeira edição da Parada do Orgulho PCD Pernambuco, evento que marca a luta do movimento das pessoas com deficiência por equidade de direitos, acessibilidade e construção de políticas públicas efetivas.
A iniciativa, promovida pela ONG Vale PCD e o coletivo Quilombo PCD, vai reunir toda a comunidade com deficiência e a população pernambucana em torno de uma programação artística.
Totalmente representativa, a programação dispõe de artistas com deficiência que irão cantar, declamar poemas, fazer manifestos e realizar outras apresentações culturais. Thiago Vinicius, Nina Poisan, Julia Piccolomini, Nina Souza e Wanderley Montanholi são algumas das atrações confirmadas no evento. Com entrada gratuita, a iniciativa é construída para ser acessível a todas as pessoas.
“Nosso objetivo é tirar as pessoas com deficiência de casa e levar para um lugar de lazer e se ver enquanto comunidade e pessoas que tem orgulho de ser quem é”, pontua a fundadora do Vale PCD, ONG pela visibilidade e a inclusão das pessoas com deficiência LGBTQIAPN+, Priscila Siqueira.
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A Parada PCD ganhou sua primeira edição nacional em setembro de 2023, em São Paulo. No Nordeste, o movimento chegou à Bahia e, agora, vai deixar sua marca em Pernambuco. “O foco no Nordeste é extremamente importante, por aqui pouco se fala em diversidade e pessoas com deficiência. Não temos locais acessíveis, visibilidade e apoio que precisamos para ter dignidade”, pontua Priscila Siqueira.
Programação
A semana da Parada PCD Pernambuco iniciou na última segunda-feira (25), com um Ciclo de Debates sobre temáticas diversas, que aconteceu no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE), e, na quarta-feira (27) com uma Mostra de Cinema, no Cinema da Fundação do Derby. Na quinta-feira (28), aconteceu a Festa Vale Tude no Pajubar. Marcando a pré-parada PCD, a festa teve karaokê.
Somando lutas
A Parada PCD Pernambuco é um evento realizado pela ONG Vale PCD e o coletivo Quilombo PCD, que promove um trabalho pela luta antirracista e anticapacitista. Para Weverton Fonseca, psicólogo e fundador do Quilombo PCD, ressalta que a parceria entre as organizações fortalece o movimento e o debate.
“Vamos trazer reinvindicações, conversas e diálogos nesses dias de eventos, porque o nosso objetivo é conseguir valorizar todas as pessoas com deficiência, independente de suas interseccionalidades. A participação dos movimentos sociais é importante para que nossos objetivos cheguem cada vez mais longe e para que a gente consiga elaborar propostas e projetos que vão beneficiar toda a comunidade com deficiência”, afirma.
Ele pontua que a deficiência é uma das características dos indivíduos, mas não é a única, e por isso outras identidades sociais também devem ser trazidas à tona no debate e comunicação sobre o pertencimento e humanidade das Pessoas com Deficiência.
“A Parada é fruto de movimentações que aconteceram há muitos anos sobre os direitos, a permanência e ampliação dos direitos, pertencimento e entendimento da sociedade de que a deficiência não é motivo para exclusão das pessoas, mas sim de aproximação enquanto sociedade que só tem a se beneficiar entendendo a complexidade humana e que pessoas com deficiência são sujeitos ativos na sociedade, com todos seus direitos e deveres enquanto cidadãos”, reforça o organizador.