Oito partidos de oposição - PT, PSB, PDT, Psol, PCdoB, Rede, PV e Unidade Popular - assinaram na terça-feira (3) um documento conjunto contra a agenda do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em nota oficial, as legendas disseram que a situação política, econômica e social do país é cada dia mais grave e que o presidente Jair Bolsonaro afronta sistematicamente a Constituição e a democracia. No texto, argumentam ainda que Bolsonaro atua para “desestabilizar” as instituições, ao apoiar manifestações contra o Congresso e o STF e ao incitar ações políticas e ilegais nas polícias militares.
Ainda no documento, as oito siglas alegam que a economia continua estagnada e o governo acumula crises. Também argumentam que a vida da população piorou com os cortes nos programas de proteção social e cita as filas no Bolsa Família e na Previdência e o desemprego.
O grupo de partidos ainda vai definir pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional e fortalecer o fórum permanente dos partidos de oposição para avaliar a conjuntura e definir ações e manifestações conjuntas.
Dentro da carta, os partidos ainda confirmaram apoio as manifestações do dia 8, Dia Internacional da Mulher e no dia 14, em protesto contra o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, que completou dois anos.
A última manifestação acontecerá na quarta-feira (18) e reunirá militantes dos movimentos sindicais de educação e de servidores públicos. A pauta dos professores é contra o desmonte na Educação e na defesa do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
Já os servidores públicos denunciam a política de privatização do Governo Federal e a desestabilização no serviço público, com a reforma administrativa.
"A situação política, econômica e social do país é cada dia mais grave. O presidente da República afronta sistematicamente a Constituição e a Democracia. Atua para desestabilizar as instituições, ao apoiar manifestações contra o Congresso e o STF e ao incitar ações políticas e ilegais nas polícias militares.
A economia continua estagnada. A política de austeridade voltada aos interesses do sistema financeiro drena recursos da sociedade. O real se desvaloriza, não há investimentos públicos nem privados, as projeções do PIB são minguantes.
A vida do povo piora com os cortes nos programas de proteção social. Milhões aguardam na fila do Bolsa Família e da Previdência. Não há resposta eficaz para o desemprego. O trabalho é cada vez mais informal e precário. A fome voltou a atormentar as famílias.
Diante deste acúmulo de crises, que compromete o desenvolvimento do país, sacrifica a vida do povo e ameaça a própria democracia, os partidos políticos que assinam esta nota decidem:
Resistir à agenda neoliberal, de destruição dos direitos do povo e do estado brasileiro;
Definir uma pauta de atuação conjunta no Congresso Nacional em defesa do país;
Apoiar, incentivar e participar dos atos e manifestações dos movimentos sociais, sindicais e populares convocados para os dias 8 (Dia Internacional da Mulher), 14 (2 anos do assassinato de Marielle e Anderson) e 18 de março (Em Defesa da Educação do Serviço Publico);
Fortalecer o fórum permanente dos partidos de oposição para avaliar a conjuntura e definir ações e manifestações conjuntas;
Construir atos nacionais unificados em defesa dos direitos do povo, da democracia e da soberania, com todas as forças democráticas;
Construir uma política unificada de comunicação, fortalecendo a presença nas redes sociais.
Brasília, 3 de março de 2020"
Partido dos Trabalhadores
Partido Socialista Brasileiro
Partido Democrático Trabalhista
Partido Socialismo e Liberdade
Partido Comunista do Brasil
Rede Sustentabilidade
Partido Verde
Unidade Popular