O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “seria um golpe isolar o chefe do Executivo por interesses outros que não os republicanos”. “Não pode um chefe do Executivo viver ameaçado o tempo todo”, disse. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta segunda-feira (16), na estreia do programa de Datena, quando foi perguntado se teme passar por um processo de impeachment.
“Um impeachment só pode haver se o povo estiver favorável a isso. Não existe nenhum ingrediente no tocante a esta questão. Não pode um chefe do executivo viver ameaçado o tempo todo”. “Seria um golpe se isolar o chefe do executivo por interesses outros que não os republicanos.”
Bolsonaro voltou a falar em “superdimensionamento” da pandemia do coronavírus. “Existe o perigo, mas está havendo um superdimensionamento nessa questão. Nós não podemos parar a economia e eu tenho que dar o exemplo em todo momento. Apertei a mão de muita gente para demonstrar que estou com o povo”, justificou. “Eu não vou viver preso dentro do Palácio da Alvorada esperando 5 dias com problemas grandes esperando para serem resolvidos.”
O posicionamento foi feito feito após receber críticas por cumprimentar pessoalmente manifestantes de ato em favor do Governo e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), nesse domingo (15).
Na semana passada, Bolsonaro viajou aos Estados Unidos ao lado de 11 pessoas que foram diagnosticadas com o coronavírus. O presidente testou negativo para o Covid-19 na última quinta-feira (13), mas o protocolo do Ministério da Saúde diz que uma segunda análise deve ser feita em até 7 dias. Em entrevista à TV Globo na sexta (13), o ministro Luiz Henrique Mandetta recomendou o monitoramento do caso.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou Bolsonaro nas redes sociais por descumprir as recomendações.
O embate com o Congresso também foi comentado. “É uma desculpa política”, definiu. “Estou em um canto sozinho apanhando de todos. Muitos governadores, chefes do poder Legislativo batendo o tempo todo.” “Pela primeira vez eu reagia um ataque frontal como o do Rodrigo Maia, que me chamou de irresponsável nas mídias sociais”, falou, em referência à entrevista que deu à CNN Brasil ainda na noite desse domingo (15).