Mourão diz que está na hora de deixar as paixões políticas de lado

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, em entrevista a CNN, criticou, sem citar nomes, disse o governador provocou Bolsonaro. Ele estava se referindo às críticas que Dória fez no começo da reunião dos governadores com o presidente na quarta-feira (25/03
JC
Publicado em 26/03/2020 às 18:59
Para Mourão, a pandemia demonstrou a importância do Estado em oferecer assistência financeira para pessoas em condições de maior vulnerabilidade Foto: ABR


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse, em entrevista à CNN, que está na hora de deixar as as paixões políticas que estão perturbando muito devido ao ano eleitoral. Para ele, é o momento de diversos entes da federação, "cada um na sua atribuição, trabalhar dentro de uma ação conjunta" no enfrentamento aos problemas que surgiram por causa do coronavírus. Sem citar nomes, ele disse que o governador de São Paulo, João Dória (PSDB-SP), "provocou" o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fazendo críticas públicas a Bolsonaro no início da reunião dos governadores do Sudeste, na terça-feira (24/05) .

"Na minha visão, tudo aquilo poderia ter sido evitado. E poderiam ter se concentrado na busca de solução dos problemas que apareceram após o coronavírus", afirmou. Bolsonaro e Dória discutiram durante a reunião porque Dória afirmou que o presidente deveria ter mais responsabilidade ao tratar da pandemia. 

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De acordo com o vice-presidente, essa polêmica atrapalhou. "O presidente a partir do momento em que se sentiu atacado, entrou de outra forma, como ele sabe. A minha visão é de que tudo aquilo poderia ter sido evitado", comentou. Bolsonaro conclamou a população a voltar a normalidade num pronunciamento que fez no dia anterior a reunião com os chefes do Executivo do Sudeste

CRÍTICA A BOLSONARO

Na terça-feira (24/05) em coletiva de imprensa após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal, órgão que preside, Mourão declarou que o presidente poderia não ter se expressado da melhor forma em pronunciamento na véspera, quando criticou o confinamento orientado por autoridades.

"A posição do nosso governo, por enquanto, é uma só. A posição do governo é o isolamento e o distanciamento social", disse Mourão . E continuou: "Ontem, o presidente buscou colocar e pode ser que ele tenha se expressado de uma forma, digamos assim, que não foi a melhor. Mas o que ele buscou colocar é a preocupação que todos nós temos é com a segunda onda", afirmou o vice-presidente, explicando que a segunda onda são os impactos na economia.

Mourão defendeu que a mudança do isolamento horizontal, envolvendo todas as pessoas, para o vertical, defendida por Bolsonaro, seja gradual após um período de 14 dias. É preciso liberar as pessoas das atividades essenciais para a "vida vegetativa" do País, declarou o vice.

GOVERNADORES JUNTOS

Os governadores do Nordeste também criticaram o posicionamento de Bolsonaro. E o episódio ocorrido no encontro dos governadores do Sudeste contribuiu para todos os governadores formarem um bloco de oposição à Bolsonaro na forma de enfrentar a pandemia. Os chefes do executivo defendem que o isolamento é uma das formas de conter a curva de ascensão dos novos casos da doença no Brasil. 

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