APÓS ACUSAÇÃO DE MORO

Bolsonaro nega ter pedido informações sobre andamento de processos da PF

"Nunca pedi para ele o andamento de qualquer processo até porque a inteligência com ele perdeu espaço na Justiça", declarou Bolsonaro sobre acusação de interferência feita por Moro

JC
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Publicado em 24/04/2020 às 18:10 | Atualizado em 24/04/2020 às 18:11
EVARISTO SA/AFP
O chefe do Executivo defendeu que as torcidas se unam pela "democracia e liberdade do País" - FOTO: EVARISTO SA/AFP

Com Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou nesta sexta-feira (24) que tenha pedido informações sobre processos em investigação da Polícia Federal. A acusação de interferência foi feita mais cedo pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ao anunciar sua demissão do governo.

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"Nunca pedi para ele o andamento de qualquer processo até porque a inteligência com ele perdeu espaço na Justiça", declarou Bolsonaro em discurso no Palácio do Planalto. Bolsonaro citou diversas vezes, porém, que pediu e quase "implorou" para Moro dar informações sobre investigações de interesse do chefe do Planalto, entre elas o atentado à facada na campanha presidencial, o caso do porteiro do Rio de Janeiro e informações relacionadas ao filho Jair Renan Bolsonaro.

Ao ler uma carta direcionada ao ex-juiz da Lava Jato no discurso, Bolsonaro disse estar "decepcionado e surpreso" com o comportamento de Moro. O chefe do Planalto classificou as declarações do ministro como infundadas. "Não são verdades as insinuações que eu desejaria saber sobre investigações em andamento."

"Desculpa, senhor ministro, o senhor não vai me chamar de mentiroso", declarou Jair Bolsonaro ao contestar Moro. O presidente exonerou o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, após o ministro deixar claro que sairia do governo caso a demissão se concretizasse.

Bolsonaro diz que Moro cobrou indicação para vaga no STF 

O presidente afirmou que Moro disse a ele que aceitaria a saída de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal, mas só em novembro, depois de ser indicado para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Valeixo foi exonerado nesta sexta-feira (24), levando Moro a pedir demissão e acusar Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência. Moro era um dos cotados para vaga no STF, indicação que cabe ao presidente da República.

De acordo com Bolsonaro, Moro afirmou o seguinte: "Você pode trocar o Valeixo, mas em novembro, quando me indicar para o Supremo Tribunal Federal"

"Me desculpa, mas não é por aí", declarou Bolsonaro no Palácio do Planalto ao relatar o suposto pedido de Moro. "Reconheço as suas qualidades em chegando lá, se um dia chegar, pode fazer um bom trabalho, mas eu não troco. E, outra coisa, é desmoralizante para um presidente ouvir isso."

 

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